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Disputa entre clãs Lira e Calheiros gera atritos com o governo Lula

Aliados do presidente da Câmara relatam a insatisfação do deputado ao ver seu principal adversário político sendo privilegiado na Esplanada dos Ministérios

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 fev 2023, 08h49

Uma disputa que se arrasta há mais de uma década entre os principais clãs políticos de Alagoas ameaça ter efeitos na governabilidade do presidente Lula (PT) neste início de mandato. Aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), relatam a contrariedade do deputado ao ver a indicação do ex-governador de Alagoas Renan Filho (MDB) para o Ministério dos Transportes ao mesmo tempo em que o seu partido e o núcleo de influência mais próximo ficaram sem nenhum cargo na Esplanada dos Ministérios.

O clima de beligerância é narrado por um parlamentar que conversou com o presidente da Câmara e ouviu dele que é necessário “jogar o jogo com esses caras do jeito que eles são” e que foi uma “brincadeira” o que fizeram em Alagoas, por onde disputa as eleições.

“Eu conheço o Arthur. Se o arqui-inimigo dele no estado tem um ministério, se não der dois para ele não tem nem conversa”, resume esse aliado. Reportagem de VEJA desta semana mostra a insatisfação do presidente reeleito da Câmara e os recados cifrados enviados ao Planalto – que, desde já, avalia como acalmar o congressista.

As famílias Lira e Calheiros protagonizam há anos uma série de acusações judiciais (que vão de fraudes a tráfico de influência), xingamentos e acusações mútuas de um lado trabalhar para destruir o outro.

Herdeiro do senador Renan Calheiros (MDB), Renan Filho se elegeu senador neste ano, derrotando o candidato de Lira. Ao mesmo tempo, o nome do MDB ao governo de Alagoas também saiu vitorioso sobre o apoiado pelo presidente da Câmara, que ainda perdeu a disputa nacional com a debacle de Bolsonaro.

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Com a vitória de Lula, Renanzinho recebeu especial reverência no novo governo. Inicialmente, foi convidado para o Ministério do Planejamento. A bancada do MDB, porém, queria uma pasta com maior peso eleitoral e que entregasse obras na ponta. O Ministério de Minas e Energia (MME) também chegou a ser negociado, mas Calheiros Filho acabou ficando com os Transportes.

Na primeira agenda como ministro, para a surpresa de ninguém, ele foi até Maceió anunciar uma série de benefícios para a capital – da duplicação de rodovias à construção de anéis viários -, com investimentos que podem chegar a 1 bilhão de reais. Está, nitidamente, pavimentando o caminho para retornar ao governo em 2026.

Enquanto isso, é creditada a Lira a migração de três deputados do MDB de Alagoas para o União Brasil, partido que nos próximos dias deve formar uma federação com o PP e o Avante – articulação que vem sendo tocada diretamente pelo presidente da Câmara e que formará a maior legenda da Casa, aumentando ainda mais o poder do parlamentar.

O todo-poderoso presidente da Câmara foi reeleito com a marca recorde de 464 dos 513 votos, contando com o apoio do PT ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Aliados de Lira já preparam um “pacote de maldades” a ser desembrulhado aos poucos, enquanto o governo não ceder mais espaço para a sua base do Congresso.

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