A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, foi alvo de ataque de hackers, mas os dados de seu telefone não foram capturados. As tentativas de invasão ao aplicativo Telegram ocorreram no início de maio, mas o acesso não foi concluído porque a caixa postal do aparelho estava desativada.
Os ataques foram identificados pela Secretaria de Tecnologia de Informação e Comunicação (Stic) da Procuradoria-Geral da República (PGR), após instauração de um procedimento administrativo. A medida foi determinada com o objetivo de apurar suspeitas de invasões nas contas de membros da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba e no Rio de Janeiro, no aplicativo de mensagens.
A PGR providenciou a troca das linhas telefônicas, promoveu ações internas para que os usuários ativassem a verificação em duas etapas e passassem a utilizar o aplicativo eSpace, uma ferramenta de mensagens disponibilizada pelo Ministério Público Federal (MPF). O órgão também solicitou que a operadora Claro desativasse o serviço de caixa postal de todos os telefones institucionais do MPF.
No total, foram identificados ataques a aparelhos de 25 membros do MPF em todo o país, sendo menos da metade deles efetivamente comprometidos.
Durante o processo administrativo, a PGR solicitou à Polícia Federal (PF) a abertura de inquérito policial com o objetivo de identificar a buscar a punição dos responsáveis pelos ataques bem como a unificação das investigações em curso.
A Polícia Federal afirmou, em coletiva de imprensa na quarta-feira 24, que 1000 contas tenham sido atacadas, incluindo autoridades e jornalistas. Entre eles está o presidente da República, Jair Bolsonaro, como revelou, em primeira mão, a coluna Radar.