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Doria tenta se afastar de Bolsonaro e diz: ‘Não faço governo autoritário’

Em viagem à China, governador paulista nega indiretas ao presidente e desconversa ao ser questionado sobre candidatura ao Planalto

Por Felipe Carneiro, de Xangai (China)
9 ago 2019, 06h25

O governador João Doria (PSDB-SP) tem feito um esforço grande para se afastar da imagem do presidente Jair Bolsonaro nas últimas semanas. Nesta sexta-feira 9, em Xangai, na China, onde inaugurava um escritório comercial para facilitar negócios e atrair investimentos para o estado de São Paulo, Doria realizou mais um movimento neste sentido.

Perguntado se a viagem à China – para onde levou uma delegação com secretários estaduais, presidentes de autarquias e mais de 30 empresários do setor privado – fazia parte de uma caminhada para a candidatura à presidência nas eleições de 2022, o governador paulista desconversou.

“Nossa preocupação é fazer um governo múltiplo, não isolado ou autoritário, onde apenas uma pessoa manda, determina, comanda”, disse.

Questionado se a frase era uma indireta ao presidente Jair Bolsonaro, Doria negou qualquer referência. “Não é nenhum recado. Apenas uma forma de governo compartilhado é delegado. É o meu estilo habitual”.

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Na mesma coletiva, Doria fez questão de elogiar o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas. A cerimônia de inauguração do escritório contou com a presença do embaixador brasileiro na China, Paul Estivallet Mesquita, e do ex-embaixador. Marcos Caramuru.

A ideia é que o escritório, ligado à agência InvestSP e chefiado por José Mario Antunes, seja bancado por patrocinadores privados e pela venda de serviços de consultoria a empresas brasileiras que queiram negociar ou abrir filiais na China. Antunes mora há dez anos no país asiático, onde representava a Apex, a agência federal de fomento à exportações.

Doria fez um balanço da visita da delegação à China, que durou uma semana, e afirmou que há a intenção de investidores de aplicar 24 bilhões de dólares (cerca de 100 bilhões de reais) em São Paulo nos próximos dez anos – principalmente na capitalização da Sabesp e na construção de duas ferrovias (entre São Paulo e Campinas, e entre a capital e São José dos Campos).

O Banco de Desenvolvimento da China, por sua vez, assinou compromisso de financiar ao menos 10 bilhões de dólares em projetos no estado, conforme VEJA antecipou na coluna Radar.

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