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‘Dos erros, o menor’, diz Major Olimpio sobre saída de Joice da liderança

Líder do PSL no Senado disse a VEJA que deputada 'trabalhou exaustivamente', e lamentou forma como situação foi conduzida: 'Não se trata aliado assim'

Por André Siqueira 18 out 2019, 15h33

O senador Major Olimpio (PSL-SP) afirmou, nesta sexta-feira, 18, que o governo Bolsonaro errou na forma como tratou a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), que foi retirada da liderança no Congresso após assinar uma lista em apoio à manutenção de Delegado Waldir (PSL-GO) como líder do partido na Câmara dos Deputados. Em entrevista a VEJA, Olimpio disse que “não se trata aliado assim”, mas fez uma ressalva: “Dos erros, o menor”.

Desafeto público de Joice, o líder do PSL no Senado disse que os atritos com a parlamentar foram superados porque os dois defendem “as mesmas bandeiras”. Olimpio disse, ainda, que é necessário reconhecer que Joice “trabalhou exaustivamente pelo governo, viajou o país defendendo a reforma da Previdência, largou seu mandato e sua família”.

A VEJA, Joice disse que ficou sabendo da decisão do presidente Jair Bolsonaro de afastá-la da liderança pela imprensa. “Achei triste que ela [Joice] tenha sido avisada pela imprensa. Não se trata um aliado assim. A posição dela de apoio ao Waldir é como deputada, por entender que uma troca na liderança não seria benéfica. Para mim, ela saiu vitoriosa deste momento. Se você pensar na forma como foi feita a coisa, o governo perdeu”, disse Major Olimpio a VEJA.

A tentativa frustrada de substituir Delegado Waldir por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) na liderança do partido na Câmara foi classificada por Olimpio como “uma coisa desastrosa”. “Isso foi arquitetado para implodir o partido, o presidente, a Executiva Nacional. Costumo dizer que pior que a mentira, só uma meia verdade. Você sabe por que havia assinaturas comuns e repetidas em algumas listas? Porque os parlamentares foram abordados de uma forma inadequada. Podia até haver alguém contra a atuação de Waldir, mas a abordagem fez os deputados se sentirem enganados. Eles não queriam participar dessa guerra fratricida”, avaliou.

Olimpio admite que a “temperatura interna [no PSL] é muito alta”, e afirma que a missão de quem realmente apoia o governo “é agir como bombeiro”. O líder do partido no Senado, no entanto, pondera: “O gesto [de aproximação] precisa ser feito pelo presidente Bolsonaro, sem filhos, sem executiva, sem nada. Ele tem que chamar o [Luciano] Bivar [presidente do PSL] para um café. Depois de uma hora, duas de conversa, podemos retomar as relações que existiam”.

Questionado sobre as declarações de Bivar, que afirmou que a relação com Bolsonaro não teria volta, Major Olimpio disse que “quando eu era policial, atendi casos em que pessoas da mesma família queriam se matar na dentada, mas depois, pensando melhor, acabam reatando”.

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