O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, afirmou que as armas nucleares “garantem a paz” e que o “politicamente correto” o impede de falar sobre a possibilidade de guerra com a Venezuela.
“Se nós tivéssemos um efetivo maior, talvez fôssemos levados mais a sério pelo (Nicolás) Maduro, ou temidos pela China ou pela Rússia”, disse. “São bombas nucleares que garantem a paz ali… Cadê o colega do Paquistão? Como é que é a relação do Paquistão com a Índia se só um dos lados tivesse uma bomba nuclear? Será que seria da mesma maneira que é hoje? Óbvio que não. Quando um desenvolveu a bomba nuclear, o outro desenvolveu no dia seguinte e ali está selada, ao menos minimamente, uma espécie de paz. Eu sou entusiasta desta visão”, afirmou o deputado em reunião do colegiado que preside.
Não é a primeira vez que o filho do presidente Jair Bolsonaro fala em defesa da manutenção de armas nucleares. Em 2016, ele abordou o assunto em um vídeo nas redes sociais. O deputado federal lembrou que o País é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares desde o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
“Esse assunto não está em pauta neste momento. A gente sabe que se o Brasil quiser romper esse acordo ele sofre uma série de sanções. É um tema muito complicado, mas quem sabe um dia possa voltar ao debate aqui (na comissão)”, afirmou.
O parlamentar disse defender a necessidade de fortalecer as Forças Armadas e insinuou uso de uma saída militar na Venezuela. “Quem aqui nunca ouviu: o Brasil é um País pacifista, nunca vai entrar em guerra. Para que Forças Armadas? Vai gastar dinheiro com míssil, com tanque e nunca vai usar isso? Pois bem, estamos tendo um problema agora com a Venezuela e o politicamente correto me impede de falar algumas coisas. Então, tenho que falar que está tudo muito bem, nós nunca entraremos em guerra e podem ficar tranquilos. É claro que é uma ironia que eu estou falando”, disse, completando: “Não estou confabulando uma guerra até porque não tenho poderes para isso”.
As declarações foram feitas nesta terça-feira, 14, em uma audiência da comissão com representantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.