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Eduardo Paes é alvo de busca e apreensão por corrupção

Ex-prefeito e deputado federal Pedro Paulo acusaram operação de tentar interferir no processo eleitoral

Por Jana Sampaio, Sofia Cerqueira Atualizado em 8 set 2020, 16h52 - Publicado em 8 set 2020, 11h09

O ex-prefeito e atual candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, foi alvo de um mandado de busca e apreensão na manhã desta terça-feira, 8, após o juiz Flávio Itabaiana aceitar uma denúncia do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc), do Ministério Público estadual do Rio. Assim como outros quatro denunciados, Paes se tornou réu pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

De acordo com o Ministério Público Eleitoral, a denúncia em auxílio à 204ª Promotoria Eleitoral é resultado de recebimento de vantagens indevidas no total de aproximadamente R$ 10,8 milhões, mediante entregas de dinheiro em espécie por operador financeiro a serviço do Grupo Odebrecht, destinadas ao financiamento de sua campanha eleitoral de reeleição à prefeitura em 2012. Os recursos não foram contabilizados oficialmente e, por isso, foram enquadrados como caixa 2. Além do ex-prefeito, foram denunciados o deputado federal Pedro Paulo e os empresários Benedicto Barbosa da Silva Junior, Leandro Andrade Azevedo, Renato Barbosa Rodrigues Pereira e de Eduardo Bandeira Villela.

Ainda segundo a denúncia, o deputado federal e então chefe da Casa Civil da Prefeitura do Rio de Janeiro Pedro Paulo Carvalho Teixeira, coordenador da campanha eleitoral de Eduardo Paes, embora plenamente ciente da natureza ilícita dos pagamentos recebidos, encarregou-se de gerenciar o recebimento da vantagem indevida, especificando a forma como seria destinada e indicando os responsáveis por sua arrecadação.

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Antes de atuar neste caso, o juiz Flávio Itabaiana decretou a prisão de Fabrício Queiroz, apontado como operador financeiro do esquema da rachadinha no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (hoje senador) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

O que dizem os envolvidos:

A Veja, Pedro Paulo disse que a ação é fruto de “uso político de instrumentos da Justiça para interferir na eleição” e que não se intimidará. “Ao ter acesso o conteúdo da denúncia, farei a minha defesa no processo”, informou.

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As defesas de Benedicto Barbosa da Silva Junior, Leandro Andrade Azevedo, Renato Barbosa Rodrigues Pereira e Eduardo Bandeira Villela não foram localizadas pela reportagem.

Procurado, o ex-prefeito disse que sua defesa não teve acesso aos termos da denúncia e que, assim que tiver detalhes do processo, irá se manifestar. “Às vésperas das eleições para a prefeitura do Rio, Eduardo Paes está indignado que tenha sido alvo de uma ação de busca e apreensão numa tentativa clara de interferência do processo eleitoral – da mesma forma que ocorreu em 2018 nas eleições para o governo do estado”, diz a nota.

Na última semana, o Democratas oficializou a candidatura de Paes à prefeitura do Rio. O ex-prefeito é apontado nas pesquisas como um dos opositores mais fortes contra Marcelo Crivella (Republicanos), que tenta a reeleição.

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O candidato governou a cidade por oito anos, entre 2009 e 2016. Nas eleições de 2018, ele pleiteou o cargo de governador do estado do Rio, mas perdeu para o novato Wilson Witzel, afastado no fim de agosto por suspeita de corrupção.

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