Candidata ao Senado pelo PT de Minas Gerais, a ex-presidente Dilma Rousseff chamou o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, de “coiso” e o presidente Michel Temer de “usurpador”. As afirmações foram feitas durante um evento em Belo Horizonte com lideranças de movimentos negros, nesta segunda-feira 24.
“Acho que é o momento mais delicado da vida política do Brasil. O ‘coiso’ é a barbárie, o ‘coiso’ é negar todos os direitos que nós conquistamos nas últimas décadas”, disse Dilma no ato “Por uma Minas Gerais sem Racismo”, que teve a participação de cerca de 100 pessoas.
Na votação do impeachment na Câmara, Bolsonaro dedicou seu voto ao coronel Carlos Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-Codi em São Paulo e notório torturador. Guerrilheira durante o regime militar, Dilma foi presa e torturada nos porões da ditadura.
A petista ainda voltaria a chamar Bolsonaro de “coiso”, após uma crítica ao governo de Michel Temer (chamado pela petista de “usurpador”), que afirmou nesta segunda-feira que pretende voltar a tentar colocar a reforma da Previdência em votação no Congresso. “Numa entrevista, o presidente usurpador disse que vai apresentar a reforma da Previdência novamente. Como se ele tivesse o menor espaço para fazer isso, a não ser que ‘o coiso’ seja eleito.”
A plateia então reagiu com gritos de “Ele não” e Dilma completou: “Grande manifestação de consciência de vocês”. A petista, porém, se recusou a tirar uma foto com um cartaz da campanha “Ele Não”, com uma imagem do candidato do PSL, que recebeu de uma eleitora que acompanhava o evento.
As críticas da candidata ao Senado atingiram também movimentos que ganharam repercussão durante o processo de impeachment, em 2016, chamados pela petista de “extrema direita”, como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem pra Rua. Removida da Presidência por decisão do Senado em 2016, Dilma pode voltar à Casa para um mandato de oito anos.
Com 28% das intenções de voto, ela lidera a disputa por uma das duas vagas na disputa em MG, segundo pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira. O levantamento ouviu 1.512 pessoas entre 14 e 16 de setembro, tem margem de erro de 3 pontos porcentuais e está registrado sob os números MG-09508/2018 e BR-06585/2018.
(Com Estadão Conteúdo)