Em negociação, Caixa e Funasa não vão aplacar o apetite do Centrão
Elevando a fatura, deputados dizem que querem ganhar um ministério antes de tratar sobre o segundo escalão
Em meio às movimentações do governo Lula para consolidar uma base no Congresso, influentes figuras do Centrão já cobram uma fatura polpuda e avisam que não aceitam nada menos do que ministérios para confirmar a adesão à base aliada.
Nos últimos dias, o governo fez correr a informação de que poderia ceder aos parlamentares os pleiteados cargos no segundo escalão, entre os quais o comando da Caixa Econômica Federal e da Funasa.
Pelo desenho rascunhado, a Funasa deve ser entregue para o União Brasil, partido que pressionou – e conseguiu – a troca no Ministério do Turismo. A Caixa é cobiçada pelo PP, que já comandou o banco no governo de Michel Temer.
As duas cadeiras sempre foram a menina dos olhos do grupo, que fez chegar ao Planalto o pedido pelos cargos. No entanto, antes de tudo, essas negociações são chamadas de “secundárias” e não devem ser suficientes para aplacar o apetite por mais espaço no governo.
“O caminho é resolver primeiro o espaço ministerial e deixar o resto, que é secundário, para depois”, resume uma importante liderança. O Centrão, porém, vem cobrando pastas de peso, como o Ministério do Desenvolvimento Social. Na última semana, Lula já avisou que não vai desalojar Wellington Dias da pasta. Os dois lados, portanto, ainda têm muito a negociar.