Indicado ao prêmio Nobel da Paz de 2019, que teve o resultado anunciado na manhã desta sexta-feira (11), o cacique Raoni agradeceu o apoio que recebeu. O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, foi laureado na cerimônia realizada em Oslo, na Noruega.
“Eu vou continuar defendendo os direitos dos povos indígenas, defendendo o meio ambiente, defendendo a Amazônia e defendendo a vida”, disse na gravação. “Quero que vocês todos indígenas e não indígenas continuem lutando juntos”, concluiu.
As apostas em torno da premiação a Raoni ganharam mobilização nas redes sociais há algumas semanas, depois das críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante seu discurso na abertura da assembleia da ONU, no fim de setembro.
Os ataques ao líder indígena se prolongaram em ao menos duas falas do presidente nas semanas seguintes. Além de dizer que o cacique não representa todos os povos indígenas do país, Bolsonaro diz que Raoni é usado em nome de interesses de governos estrangeiros interessados na exploração da Amazônia.
As falas de Bolsonaro geraram reações de outras lideranças indígenas que foram às redes sociais defender a premiação do cacique. A campanha ganhou apoio de famosos, como o cantor Caetano Veloso, que compartilhou a hashtag #NobelRaoni.
A vitória do cacique na cerimônia realizada na manhã desta sexta-feira era considerada quase improvável, já que não havia certeza quanto à indicação formal ao comitê sueco — que tampouco é transparente em relação aos indicados e jamais confirmou que Raoni estaria na disputa deste ano.
De acordo com as regras do prêmio, é preciso que uma pessoa considerada apta a indicar candidatos, como reitores de universidades, governantes, entre outros perfis, preencha um formulário no site da instituição. As indicações são avaliadas e, somente após o envio da confirmação, a candidatura é oficializada.