Ex-diretor da Petrobras nomeado por Lula deve mais de R$ 2 bilhões
Tribunal de Contas da União cobra dívidas do ex-chefe da área de serviços da Petrobras envolvido em escândalo de corrupção
O Tribunal de Contas da União (TCU) já publicou três editais que, juntos, cobram do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque dívidas que já somam mais de R$ 2 bilhões de reais, em função dos desvios provocados pelos esquemas de corrupção na petrolífera. Ele foi condenado a mais de 60 anos de cadeia por corrupção na Lava-Jato e agora o tribunal tenta reaver o dinheiro desviado.
Duque foi nomeado pelo presidente Lula em 2003 e só deixou o cargo em 2015, durante o governo Dilma Rousseff. Em março, o TCU publicou edital citando Duque para apresentar alegações finais de defesa e ou recolher aos cofres públicos 547 milhões de reais.
Em junho de 2022, o tribunal cobrou 975 milhões de reais do ex-diretor, débitos referentes aos prejuízos nas refinarias Premium I e II, obras que foram paralisadas. As refinarias começaram a ser construídas no final do segundo mandato de Lula, mas as obras foram canceladas em 2015. Uma ficava em Bacabeiras (MA) e a outra em Caucaia (CE). A paralisação deu um prejuízo de 2,7 bilhões de reais aos cofres públicos, em serviços de terraplanagem e materiais que se transformaram em sucata.
Em dezembro de 2022, o TCU pediu que Renato Duque devolvesse outros 493 milhões de reais aos cofres públicos. O débito é referente às licitações da Petrobras destinadas à ampliação do Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES), e a construção do Centro Integrado de Processamento de Dados (CPID).
O tribunal concluiu que o ex-diretor omitiu-se no seu dever de agir para impedir a ação criminosa contra as licitações da petrolífera. A construção do CENPES e do CPID foram feitas mediante pagamento de propina. VEJA tentou contato com Duque e com o advogado dele, mas ainda não obteve resposta.