Fantasma de Cabral e intervenção devem dar tom às eleições no Rio
Candidatos também deverão propor soluções para estado economicamente quebrado; Romário, Paes e Garotinho disputam preferências
Sob a sombra de um ex-governador preso, os candidatos ao governo do Rio dificilmente conseguirão evitar, nestas eleições, que o tema da corrupção seja arrastado para o centro da arena política.
Mas não só: estará em disputa nas urnas um estado economicamente em frangalhos, que atrasou o pagamento dos salários de seus servidores por dois anos, e que vive uma crise aguda na segurança pública, representada por uma intervenção militar e pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).
Terminadas as convenções partidárias, as opções para assumir o governo fluminense estão, por enquanto, entre um ex-jogador de futebol, um ex-prefeito que, embora tenha se beneficiado politicamente dos Jogos Olímpicos de 2016, pertence a um grupo envolto em escândalos, e um controverso ex-governador cuja candidatura corre risco de ser impugnada devido a condenações judiciais no passado.
Segundo consulta do Instituto Paraná Pesquisas do final de julho, o ex-deputado e senador Romário (Podemos) lidera as intenções de voto com 24,3%. Ele já afirmou que continuará a pedir ajuda federal para tentar controlar a sangria na segurança. A intervenção militar no Rio vai até 31 de dezembro.
Em seguida, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) aparece com 15,1%. Integrante de um grupo político atingido pela Lava Jato, representado pelo ex-governador Sérgio Cabral (MDB), hoje na cadeia, Paes tem defendido a criação de mecanismos para coibir a corrupção dentro do estado.
Ele chegou a propor um encontro com membros da Lava Jato para discutir uma possível Secretaria de Integridade Pública e Transparência. Seu ex-secretário de Obras Alexandre Pinto, vale lembrar, também foi preso no âmbito da operação.
Em terceiro lugar nas preferências, Anthony Garotinho (PRP) atinge 13,5%. Mas sua candidatura pode não sair do papel. Ele responde a dois processos, ambos com condenações, sendo um por improbidade administrativa e outro por compra de votos. Como ainda cabem recursos, sua candidatura depende de decisões da Justiça eleitoral.
Garotinho, porém, mesmo se autorizado a disputar o cargo, enfrenta uma taxa de rejeição de 72,5% do eleitorado, segundo pesquisa do Instituto Paraná. A rejeição também é grande para Eduardo Paes: 62%. Entre os três primeiros colocados, Romário é o que tem a menor taxa: 47,6%.
Paraná Pesquisas de julho de 2018
Romário – 24,3%
Eduardo Paes – 15,1%
Garotinho – 13,5%
Índio da Costa – 7,2%
Tarcísio Motta – 3,8%
Pedro Fernandes – 2,7%
Márcia Tiburi – 2,1%
Marcelo Trindade – 2%
Wilson Witzel – 1,8%
Marcelo Delaroli – 1%
Nenhum – 21,3%
Não Sabe – 3,7%
A pesquisa está registrada no TRE sob o número RJ-06304/2018. Foram ouvidas 1.860 pessoas entre 14 e 19 de julho. O nível de confiança é de 95%, e a margem de erro, de 2,5 pontos percentuais.
Veja os candidatos ao governo do Rio:
André Monteiro (PRTB), subtenente da PM
Vice: Jonas Licurgo (PRTB)
Anthony Garotinho (PRP), ex-governador do Rio
Vice: Vereadora Leide (PRB)
Coligação: PRP, PRB, Patriota, PTC e PMB
Dayse Oliveira (PSTU), professora
Vice: Pedro Vilas-Bôas (PSTU)
Eduardo Paes (DEM), ex-prefeito do Rio
Vice: Comte Bittencourt (PPS)
Coligação: DEM, PHS, Solidariedade, PTB, DC, PV, PPS, PSDB, PMN, Avante, MDB
Índio da Costa (PSD), deputado federal
Vice: Zaqueu Teixeira (PSD)
Marcelo Trindade (Novo), advogado e ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários
Vice: Carmen Migueles (Novo)
Márcia Tiburi (PT), professora de filosofia e escritora
Vice: Leonardo Giordano (PCdoB)
Coligação: PT, PCdoB
Pedro Fernandes (PDT), ex-deputado estadual no Rio
Vice: Dr. Julianelli (PSB)
Coligação: PDT, PSB
Romário (Podemos), ex-jogador de futebol e senador
Vice: Marcelo Delaroli (PR)
Coligação: Podemos, Rede, PR
Tarcísio Motta (PSOL), professor
Vice: Ivanete Silva (PSOL)
Coligação: PSOL, PCB
Wilson Witzel (PSC), ex-juiz federal
Vice: Cláudio Castro (PSC)
Coligação: PSC, Pros