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‘Fatos mostraram que eu tinha razão’, disse Temer sobre áudio

Presidente levantou suspeitas contra o ex-procurador Marcelo Miller ao ser denunciado por Rodrigo Janot pelo crime de corrupção passiva

Por Da Redação
Atualizado em 6 set 2017, 22h05 - Publicado em 6 set 2017, 16h34

O presidente Michel Temer (PMDB) afirmou nesta quarta-feira que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ficou “enfraquecido” após a revelação do áudio em que Joesley Batista, um dos donos da JBS, e executivos da empresa omitiram informações sobre crimes nos acordos de delação premiada. “Ele disse para nós: ‘Afinal, os fatos acabaram mostrando que eu tinha razão'”, contou o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, um dos auxiliares que se reuniram com o presidente nesta manhã.

Temer fez a afirmação em conversa com ministros do seu núcleo político, após chegar de viagem à China, onde permaneceu por uma semana. O presidente se referia à descoberta das gravações que sugerem conduta criminosa do então procurador Marcelo Miller na delação da JBS. A omissão do fato pelos colaboradores da empresa pode levar à anulação do acordo firmado com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Miller trabalhou ativamente no escritório da PGR e era visto como o braço-direito de Janot. Ele pediu exoneração em fevereiro para trabalhar como sócio no escritório Trench, Rossi e Watanabe, contratado para fazer o acordo de leniência do Grupo J&F, mas só deixou efetivamente o cargo de procurador em abril.

Em junho, ao ser denunciado pelo crime de corrupção passiva pela PGR, Temer levantou suspeitas sobre a ligação entre Miller e Janot. À época, o presidente disse que o ex-procurador “ganhou milhões” em poucos meses. “Garantiu ao seu novo patrão [Joesley] um acordo benevolente, uma delação que o tira das garras da Justiça, que gera uma impunidade nunca antes vista”, afirmou Temer, em pronunciamento no dia 27 de junho.

Nova denúncia

Na avaliação do Palácio do Planalto, a nova denúncia contra Temer – que deve ser apresentada por Janot, nos próximos dias, por obstrução à Justiça e organização criminosa – perdeu sentido diante da “fragilidade” do procurador-geral da República. No dia 2 de agosto, o plenário da Câmara dos Deputados barrou o prosseguimento da primeira acusação contra o presidente, por corrupção passiva. Janot deixará o posto no próximo dia 17.

(Com Estadão Conteúdo)

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