Anthony Garotinho anunciou que será candidato ao governo do Rio de Janeiro nas eleições de 2018. Comandante do estado entre 1999 e 2002, o ex-governador se filiou ao ultrananico Partido Republicano Progressista (PRP) para disputar a eleição. Ele estava sem partido desde janeiro, quando sua antiga legenda, o PR, extinguiu seu diretório em Campos dos Goytacazes (RJ).
A formalização da pré-candidatura, divulgada em seu blog pessoal, ocorreu na quinta-feira, em um clube da Tijuca. A chapa de Garotinho para suceder a Luiz Fernando Pezão (MDB) terá o ex-ministro do Trabalho Brizola Neto, neto de Leonel Brizola, governador do Rio por dois mandatos nos anos 80 e 90, como candidato a vice-governador.
Para formalizar a aliança, Brizola Neto deixou o PDT e ingressou em uma sigla quase tão pequena quanto a do titular, o Pros. Fundado pelo seu avô, a legenda agora não conta mais com nenhum herdeiro no território eleitoral do patriarca – em 2015, o vereador Leonel Brizola se afastou do irmão e foi para o PSOL.
O anúncio da candidatura de Anthony Garotinho foi feito apenas três meses depois de ele deixar a prisão, por decisão do ministro Gilmar Mendes, à época no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ex-governador estava detido acusado de integrar um esquema de compra de votos nas eleições municipais de Campos em 2012 – quando sua esposa, Rosinha Matheus, foi reeleita prefeita – e de receber doações ilícitas de campanha na sua postulação anterior ao governo, em 2014.
A primeira prisão, na Operação Chequinho (sobre o esquema de Campos), foi em novembro de 2016, e Garotinho foi solto dias depois pagando a fiança estipulada pela Justiça Eleitoral. Em setembro de 2017, ele voltou à cadeia, em operação que prendeu também Rosinha Matheus e o presidente do PR, Antonio Carlos Rodrigues. Em dezembro, Gilmar Mendes, como presidente do TSE, concedeu habeas corpus ao trio e cancelou todas as medidas cautelares, incluindo a necessidade de usar tornozeleira eletrônica.