O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a soltura de Sérgio Côrtes, ex-secretário de Saúde do governo do Rio de Janeiro, durante o governo de Sérgio Cabral (MDB). Mendes substituiu a prisão de Côrtes por medidas cautelares.
O ex-secretário estava preso desde abril de 2017, quando foi deflagrada a operação Fatura Exposta, do braço da Lava Jato no Rio de Janeiro, acusado de desvio milionários da saúde do estado entre 2007 e 2016.
Buscando firmar acordos de delação, Côrtes procurou, durante o ano passado, ex-parceiros para tentar combinar versões e omitir fatos estratégicos para melhorar a situação deles e preservar outros integrantes do esquema.
É dele a clássica frase “nossas putarias tem que continuar”, em um e-mail para o empresário Miguel Iskin, dono de fornecedoras de materiais hospitalares. A decisão de Gilmar em soltar agora o ex-secretário de Saúde acontece como uma extensão ao habeas corpus concedido em dezembro a Iskin.
Côrtes também é um dos integrantes da famosa farra em Paris em que membros do governo de Sérgio Cabral dançaram com guardanapos na cabeça. Em novembro de 2017, afirmou ter usado recursos de Miguel Iskin para financiar as campanhas do atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), em 2014, e do deputado Pedro Paulo (MDB-RJ) à prefeito do Rio em 2016.