O habeas corpus apresentado pela defesa dos irmãos Joesley e Wesley Batista, sócios da JBS, vai ser relatado pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Mendes, que também é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), está em viagem oficial para acompanhar as eleições presidenciais da Alemanha no próximo domingo e não tem prazo para decidir o caso.
Os dois estão presos em São Paulo acusados de usar informações privilegiadas para fraudar o sistema financeiro. Wesley foi preso no último dia 13, e Joesley já estava preso desde o dia 10 por determinação do ministro Edson Fachin, do STF, em função da quebra do acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Gilmar Mendes é um forte defensor da revisão do acerto com os executivos da empresa desde o primeiro momento, em boa parte pelas suas divergências com o ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Segundo a coluna Radar On-Line, Gilmar foi uma das pessoas gravadas pelo empresário da JBS enquanto ele estava tentando reunir elementos de prova para sua colaboração. De acordo com informações da coluna, o áudio não compromete o ministro, que também não é citado na delação do empresário.
Eles são acusados pelo crime de insider trading [uso de informações privilegiadas], sob a suspeita de usarem dados obtidos por meio de seus acordos de delação premiada para vender e comprar ações da JBS no mercado financeiro. O habeas corpus foi protocolado na manhã desta sexta-feira, após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitar o mesmo pedido. Na sessão de quinta-feira, os ministros da Sexta Turma da Corte decidiram manter a prisão dos acusados.
(Com Agência Brasil)