Governo exonera seis nomes do Ministério da Educação
Edição extra do 'Diário Oficial' também nomeou ocupantes para três dos seis cargos vagos; MEC afirma que segue empenhado em combater corrupção na pasta
Em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), o governo Bolsonaro exonerou, nesta segunda-feira, 11, seis nomes do primeiro escalão do Ministério da Educação (MEC).
A portaria, assinada por Abraham Weintraub, ministro-chefe substituto da Casa Civil, exonerou Tiago Tondinelli (chefe de gabinete do ministro da Educação), Eduardo Miranda Freire de Melo (secretário executivo adjunto da Secretaria Executiva do Ministério da Educação), Ricardo Wagner Roquetti (coronel que atuava como diretor de programa da Secretaria Executiva do Ministério da Educação), Claudio Titericz (diretor de programa da Secretaria Executiva do Ministério da Educação), Silvio Grimaldo de Camargo (assessor especial do ministro da Educação) e Tiago Levi Diniz Lima (diretor de Formação Profissional e Inovação da Fundação Joaquim Nabuco).
Na mesma edição do Diário Oficial da União, a Casa Civil também nomeou novos ocupantes a três dos seis cargos. São eles: Josie Priscila Pereira de Jesus, como nova chefe de gabinete do ministro Ricardo Vélez Rodríguez; Robson Santos da Silva, que exercerá o cargo de diretor de Formação Profissional e Inovação da Fundação Joaquim Nabuco; e Rubens Barreto da Silva será o novo secretário executivo adjunto da diretor de Formação Profissional e Inovação da Fundação Joaquim Nabuco.
Em nota, o MEC afirmou que “as movimentações de pessoal e de reorganização administrativa, levadas a efeito nos últimos dias, em nada representam arrefecimento no propósito de combater toda e qualquer forma de corrupção” e que “ademais, envolveram cargos e funções de confiança, de livre provimento e exoneração”.
O ministério diz, ainda, que “continua firme no propósito de dar prosseguimento aos trabalhos” de “apuração de indícios de irregularidades no âmbito da pasta”.
Disputa interna
As exonerações ocorrem no contexto de uma disputa interna entre discípulos do filósofo Olavo de Carvalho, guru da ala mais próxima ao presidente Jair Bolsonaro, militares e técnicos em cargos comissionados do governo.
No domingo 10, Bolsonaro se encontrou com o ministro Vélez Rodríguez, no Palácio da Alvorada, em uma reunião que não constava na agenda oficial. Ao longo da tarde, integrantes do grupo de Olavo de Carvalho espalharam nas redes sociais que o presidente ordenou ao ministro o afastamento do coronel-aviador da reserva Ricardo Wagner Roquetti.
No fim de semana, os “olavistas” acusaram os militares de tentarem expurgá-los do Ministério da Educação para frear as investigações da “Lava Jato da Educação”, um pente-fino anunciado pelo governo nos contratos firmados nas gestões passadas.
Na sexta-feira 8, Olavo usou as redes sociais para pedir a seus alunos que deixassem os cargos no ministério, depois que foi informado do expurgo. No Facebook, ele escreveu que oficiais militares induzem Vélez Rodriguez a tomar “atitudes erradas” e lançam a culpa nos seus alunos. “São trapaceiros e covardes”, acusou.