Embora o PT tenha sido criticado durante o debate do SBT pelo candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, e pela candidata da Rede, Marina Silva, o presidenciável petista, Fernando Haddad, fez acenos ao pedetista e à ex-ministra após o programa.
Sobre a declaração de Ciro de que “prefere” governar sem ter o PT como aliado, Haddad afirmou a jornalistas que “essas coisas mudam”. Caso vá ao segundo turno, possibilidade grande conforme as pesquisas eleitorais, o ex-prefeito de São Paulo admitiu que “é lógico” que vai buscar o apoio do pedetista.
Marina disse durante o debate que o governo do presidente Michel Temer é responsabilidade dos petistas, que escolheram o emedebista como vice da ex-presidente Dilma Rousseff, e descartou apoiar Haddad em um possível segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL). O petista a rebateu e lembrou que ela apoiou o impeachment em 2016.
Depois do encontro, contudo, o petista afirmou que o embate com a ex-ministra não inviabilizaria um diálogo com ela. “Eu adoro a Marina”, disse.
A entrada de Haddad na disputa eleitoral, substituindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, esvaziou as intenções de voto em Marina e brecou o crescimento de Ciro entre o eleitorado de esquerda, sobretudo no Nordeste.
Em apenas duas semanas, Haddad passou a polarizar as pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto com Bolsonaro. Segundo o levantamento CNI/Ibope divulgado nesta quarta feira, Bolsonaro tem 27% da preferência e o ex-prefeito paulistano, 21%. Ciro tem 12% da preferência e a candidata da Rede, 6%.
Questionado por jornalistas após o debate no SBT sobre a declaração de que descartaria o apoio do PT em um governo seu, respondeu que “é claro que dá” pra governar sem o partido.
A respeito da polarização entre petistas e bolsonaristas, Ciro se disse “muito preocupado”. “Infelizmente eles [petistas] estão procurando isso. Da forma como a burocracia do PT tem conduzido a coisa, está criando esse fosso de praticamente ódio”, analisou.
“Vou me esforçar no limite do que eu puder, porque não vejo o Brasil caminhando a bom porto se deixarmos isso se aprofundar do jeito que está aí”, completou.