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Haddad faz acenos a Ciro, PSB e Boulos e elogia Alckmin e Marina

Após visitar Lula, petista diz que pode adaptar seu programa de governo para construir uma ‘aliança democrática’ contra Jair Bolsonaro no segundo turno

Por Da Redação Atualizado em 9 out 2018, 14h57 - Publicado em 8 out 2018, 18h33

O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, afirmou, nesta segunda-feira, 8, em entrevista concedida após visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, que pretende selar um acordo com o pedetista Ciro Gomes para o segundo turno. Também fez acenos a Guilherme Boulos (PSOL) e chamou Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) de “candidatos que respeito”.

“Vi o programa do Ciro, temos muita convergência de ideias com o que precisa ser feito”, disse. O PDT já anunciou que não apoia Jair Bolsonaro, mas planeja fechar um “apoio crítico” a Haddad. O próprio Ciro já disse ter algumas ressalvas ao projeto de governo do petista. Para fazer um aceno, Haddad afirmou que pode adequar suas propostas. “Tenho total tranquilidade em ajustar parâmetros do programa para que ele seja o mais representativo dessa ampla aliança democrática que pretendemos fazer”, afirmou.

Ele também acenou ao PSB, partido com o qual o PT costurou um acordo no primeiro turno para disputas estaduais em Minas Gerais, Pernambuco e Paraíba, mas sem fechar uma aliança formal.

“Vou conversar com as forças democráticas do país, representadas por algumas candidaturas como as de Ciro Gomes e Guilherme Boulos, mantendo ainda contato com governadores do PSB. Tenho interesse que essas forças estejam reunidas em torno desse projeto de restauração e inclusão social, como tratamos no primeiro turno com o PCdoB”, emendou. O PSB elegeu governadores em Pernambuco, Paraíba e Espírito Santo e disputa o segundo turno em São Paulo com Márcio França.

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Haddad também elogiou Marina e Alckmin, ao destacar que teve apenas 22 dias de campanha e chegou ao segundo turno com quase 30% dos votos válidos, concorrendo com “candidatos que respeito, mas que já disputaram algumas eleições, como Marina e Alckmin”, afirmou. “Fomos ao segundo turno pela força do projeto que representamos” disse, lembrando que outros partidos políticos tradicionais definharam nesse processo eleitoral.

Reformas

Apesar das críticas que sofreu no primeiro turno por ter levantado o tema, Haddad voltou a defender uma reforma na Constituição. Na sua avaliação, isso é importante para colocar em execução outras alterações na legislação envolvendo as questões tributária e  política. “Não há como fazer essas reformas sem a constitucional”, defendeu.

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Em relação a suas propostas econômicas, o ex-prefeito de São Paulo afirmou que seu plano será sustentado na preservação do Estado de bem-estar social. Destacou que combaterá políticas liberais extremadas, uma das bandeiras defendidas por Bolsonaro. “O retorno do neoliberalismo vai agravar a crise e vamos seguir um modelo que não deu certo na Argentina”, disse.

Lula

Haddad se esquivou de responder a perguntas envolvendo a interferência de Lula nos seus atos de campanha. Em mais de uma situação, ao ser confrontado sobre quais teriam sido as orientações do ex-presidente para o enfrentamento com Bolsonaro, ele respondeu de forma genérica e mudou de assunto.

(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

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