Ibope: Bolsonaro é aprovado por apenas 25% no Nordeste; no Sul, são 44%
Dificuldade de obter apoio na região acompanha atual presidente desde a campanha eleitoral; 13º do Bolsa Família é uma das apostas para progredir na região
Chaga que acompanha o presidente Jair Bolsonaro (PSL) desde a campanha eleitoral, a dificuldade de ter na região Nordeste do Brasil a mesma aprovação que em outras áreas do país segue após os primeiros meses de governo, aponta pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira, 23.
Entre “ótimo” e “bom”, 25% dos entrevistados nos estados do Nordeste disseram aprovar a administração do presidente, contra 29% que a consideram “regular”, 40%, “ruim” ou “péssimo”, e 6% que não se manifestaram.
Situação completamente diferente é encontrada por Bolsonaro no Sul do país. Entre Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, a aprovação do governo é de 44%, dezenove pontos percentuais a mais que no Nordeste, contra 33% de regular e só 19% de desaprovação. Outros 5% não souberam ou não responderam.
As duas regiões são os extremos da balança que resulta em uma média nacional de aprovação de 35%, regular de 31% e desaprovação de 27%, com 7% de entrevistados que não optaram por uma posição. Agrupados juntos pelo Ibope, o Norte e o Centro-Oeste registram aprovação de 37%; o Sudeste, de 36%, ambas próximas ao resultado geral brasileiro.
Situação semelhante era verificada durante a campanha eleitoral. No pleito, o atual presidente venceu em todas as regiões do Brasil, com exceção do Nordeste, que conferiu maioria de votos a Fernando Haddad (PT).
Como presidente, Jair Bolsonaro também enfrenta mais dificuldade entre os mais pobres. Entrevistados que ganham até um salário mínimo registram 27% de aprovação ao governo, número que é de 45% entre os mais ricos, acima de cinco salários mínimos.
Mirando o conjunto desses dois segmentos onde é menos aprovado, o presidente anunciou, como parte das celebrações pelos seus 100 dias de governo, o pagamento do décimo-terceiro salário para os beneficiários do Bolsa Família já a partir de 2019. Segundo Bolsonaro, dinheiro virá do combate a fraudes e repasses indevidos do programa.
Série histórica
A série histórica da pesquisa CNI/Ibope apontou que o presidente Jair Bolsonaro é o menos aprovado entre os líderes eleitos desde a redemocratização no prazo de dois a três após a posse. Índices semelhantes já haviam sido verificados pelo Datafolha e nas pesquisas do Ibope feitas sem a parceria da CNI.
Os 35% registrados por Bolsonaro estão seis pontos abaixo dos 41% de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em março de 1995. Os outros presidentes eleitos do período foram Fernando Collor (45%, em maio de 1990), Lula (51%, em março de 2003) e Dilma Rousseff (56%, em março de 2011). Tomaram posse em decorrência de impeachments dos titulares os presidentes Itamar Franco e Michel Temer.
O levantamento CNI/Ibope ouviu 2.000 pessoas em 126 municípios entre os dias 12 e 15 de abril. Os resultados apresentam margem de erro de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, e índice de confiança de 95%.