Veículos importantes da imprensa internacional destacaram nesta quinta-feira a repercussão negativa do discurso do presidente Michel Temer no Dia Internacional da Mulher na quarta-feira. Em evento no Palácio do Planalto, ao lado da primeira-dama Marcela, o presidente afirmou que tinha “absoluta convicção, até por formação familiar, por estar ao lado da Marcela, do quanto a mulher faz pela casa, o quanto faz pelo lar, o quanto faz pelos filhos.”
Temer também afirmou que as mulheres têm “grande participação” na economia porque “ninguém mais é capaz de indicar os desajustes de preços no supermercado do que a mulher.” Após a declaração, o presidente foi alvo de inúmeras críticas de políticos – tanto da oposição quanto da base aliada – e de usuários de redes sociais.
O jornal britânico “Telegraph” destacou que Temer não é popular entre as causas feministas e relembrou a extinção do Ministério das Mulheres, Direitos Humanos e Igualdade Racial, além de ter montado um gabinete inteiramente masculino.
O “The Independent” ressaltou a impopularidade do presidente e classificou seu discurso como “sexista”.
O periódico espanhol “El País” destacou que Temer “reduziu o papel da mulher a casa e ao supermercado”. A publicação também destacou a falta de mulheres nos ministérios formados pelo presidente após o impeachment de Dilma Rousseff.
A americana CNN destacou que Temer foi criticado nas redes sociais por “elogiar as habilidades das mulheres no supermercado”. A reportagem também cita o fato do discurso ter gerado “uma onda de raiva” e destacou os protestos que aconteceram ao longo do dia. A publicação também incluiu tuítes de brasileiros criticando o governo e o discurso de Temer.
O jornal Washington Post também destacou a fala do presidente e o classificou como um “líder impopular”.