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Investigação sobre presos por invadir celulares é prorrogada por 90 dias

Apuração foi estendida pelo MPF após pedido da Polícia Federal e deverá ir até outubro; envolvidos podem ser soltos após audiência judicial nesta terça

Por Da Redação
Atualizado em 29 jul 2019, 21h25 - Publicado em 29 jul 2019, 21h08
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  • O Ministério Público Federal prorrogou por 90 dias, até outubro, a investigação sobre os quatro presos pela invasão de celulares de autoridades, entre elas o ministro Sergio Moro (Justiça) e o presidente Jair Bolsonaro (PSL). O pedido de prorrogação foi feito pela Polícia Federal antes da prisão, na terça-feira 23 – por isso, não precisou de autorização judicial.

    Os quatro presos — Walter Delgatti Neto, Danilo Cristiano Marques, Gustavo Elias Santos e Suelen de Oliveira — terão uma audiência de custódia nesta terça-feira 23, com o juiz federal Vallisney de Souza. O procedimento é obrigatório para se verificar a necessidade e legalidade da detenção de qualquer suspeito e, nele, o magistrado pode determinar a soltura de qualquer um deles.

    De acordo com as investigações, a invasão aconteceu a partir do acesso a um código enviado pelos servidores do aplicativo Telegram para entrar na conta do aplicativo. Segundo a PF, os presos foram identificados a partir dos registros cadastrais fornecidos pelos provedores de internet. “A autoridade policial apresentou um histórico de possíveis crimes praticados em conjunto por Walter Delgatti Neto, Danilo Cristiano Marques, Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Priscila de Oliveira a fim de demonstrar a ligação entre eles”, diz Vallisney, na decisão que determinou a prisão deles.

    Conhecido como “Vermelho”, Delgatti Neto afirmou à PF ser o responsável pela invasão. Aos investigadores, ele disse que não editou as mensagens de membros da Operação Lava Jato antes de repassá-las ao site The Intercept Brasil, que as divulgou, e que acredita não ser possível fazer esta alteração em razão do formato utilizado pelo aplicativo Telegram. O hacker declarou ter procurado o jornalista Glenn Greenwald, um dos fundadores do site, de forma voluntária e que não recebeu nenhum valor em troca.

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    Em seu depoimento, o hacker também afirmou que procurou a ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) para colocá-lo em contato com o jornalista. A gaúcha confirmou que colocou o hacker em contato com Greenwald. “Apesar de ser jornalista e por estar apta a produzir matérias com sigilo de fonte, repassei ao invasor do meu celular o contato do reconhecido e renomado jornalista investigativo Glenn Greenwald”. Ela está em viagem para um curso no exterior e se colocou à disposição para prestar esclarecimentos quando retornar.

    Os advogados de Walter Delgatti Neto, afirmaram que todas as informações obtidas pelo hacker estão sendo guardadas por “fiéis depositários” tanto no Brasil quanto no exterior. Em telefonemas a autoridades após as prisões de Delgatti e mais três pessoas na semana passada, Moro chegou a dizer que as mensagens seriam destruídas. A declaração causou polêmica no meio jurídico. O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu ao juiz federal que impeça a destruição. No sábado, o presidente Bolsonaro afirmou que não cabe ao ministro da Justiça essa decisão.

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