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Jair Bolsonaro admite privatizar a Petrobras

Presidenciável deu declaração em sabatina do canal Globonews, embora se diga 'pessoalmente contra' a privatização da petrolífera

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 ago 2018, 01h10 - Publicado em 4 ago 2018, 00h07
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  • O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, admitiu nesta sexta-feira, 3, que pode privatizar a Petrobras caso seja eleito. A afirmação de Bolsonaro foi dada durante sabatina no canal Globonews, quando o presidenciável foi questionado pelos jornalistas a respeito da política de preços da estatal petrolífera, e especificamente, sobre se manteria os subsídios do governo do presidente Michel Temer ao óleo diesel.

    Negociada com o governo Temer com os caminhoneiros que entraram em greve em maio, a medida provisória com o desconto no litro do óleo diesel tem validade até o dia 31 de dezembro de 2018. O valor do subsídio é de 0,46 reais por litro do combustível.

    “Se não tiver solução, eu sugiro a privatização da Petrobras, acaba com esse monopólio estatal e ponto final. Vamos buscar soluções senão ou eu ou qualquer outro vai privatizar a Petrobras”, afirmou o deputado federal. “Se você privatizar a Petrobras, deixar outras empresas entrarem no Brasil, vai ter a livre concorrência aqui, com toda certeza, isso pode acontecer”, continuou.

    Ele ressaltou, no entanto, que é pessoalmente contrário à privatização. “Eu entendo que a Petrobras é estratégica, por isso não gostaria de privatizar a Petrobras, esse é um sentimento meu. Agora, se não tiver solução, um acordo, não vai ter outro caminho”, complementou.

    Em junho, indagado por VEJA, Bolsonaro disse que a privatização da estatal “entrou no seu radar”, mas que ainda não tinha uma definição. Na entrevista de hoje, o presidenciável afirmou que descarta passar os bancos estatais, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, à iniciativa privada. O mesmo não se aplica aos Correios, que, nas palavras dele, “lamentavelmente não tem jeito”.

    Na sabatina na Globonews, Jair Bolsonaro voltou a se esquivar de questões sobre economia e a dizer que as respostas ao assunto devem ser buscadas junto a Paulo Guedes, o responsável pelo programa econômico de sua campanha e possível ministro da Fazenda em um governo seu. Para ele, é um gesto de “humildade” reconhecer que não entende do assunto, mesmo depois de 27 anos como parlamentar.

    “Se eu tenho ao meu lado uma pessoa com Paulo Guedes, por que eu vou falar de economia, meu Deus do céu? Eu sei fazer integral, sei fazer derivada, sei calcular um tiro de barragem, eu sei o que o povo precisa”, disse.

    Jair Bolsonaro citou, sem entrar em detalhes, que pretende manter “inflação baixa, taxa de juros menor do que está aí, dólar que não atrapalhe quem queira exportar e importar, não aumentar imposto, desregulamentar, abrir o comércio sem viés ideológico, ir para o mercado livre aqui no Brasil, liberalismo”.

    Indagado sobre a política de aumentar juros para conter inflação, Bolsonaro afirmou brevemente que “se a solução for essa, que se faça, mas imagina a taxa de juros com 4 trilhões de dívida interna, vai explodir a dívida”.

    Sem se aprofundar nas respostas e visivelmente nervoso ao ser questionado sobre economia, ele também disse ser favorável à reforma da Previdência, mas não nos termos da proposta enviada pelo governo Temer ao Congresso, e à “independência política” do Banco Central, cujo presidente, Ilan Goldfajn, Guedes gostaria de manter no cargo.

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    Vice entre Janaina e príncipe

    Na sabatina, Jair Bolsonaro confirmou que a escolhe de seu companheiro de chapa está entre a jurista Janaina Paschoal, coautora do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, e o príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança, considerado um “plano B”. “Nessa situação não posso ter preferência, a gente pensa em um plano B, que é o príncipe”, disse ele. O nome do escolhido deve ser anunciado na convenção paulista do PSL, no próximo domingo, 5.

    O presidenciável ressaltou que Janaina enfrenta “problemas familiares” e resiste a aceitar a indicação por ter “sofrido muito” durante o processo de impeachment.

    Sobre as declarações dadas por ela durante a convenção do PSL, há duas semanas, de que os apoiadores de Bolsonaro deveriam fugir do “pensamento único” para não formarem um “PT ao contrário”, o candidato diz respeitar a “liberdade de expressão” da jurista, mas ressalta que “nós somos o contrário do PT, e não o PT ao contrário”.

    Questionado sobre o convite feito por ele e rejeitado pelo senador Magno Malta (PR-ES) para ser seu vice, Jair Bolsonaro afirmou que o procurou “por afinidades” e negou que buscasse o apoio e o tempo de TV do partido dele, o PR. “Era o senador Magno Malta o meu homem. Me agregava e muito a companhia dele e, desde o primeiro momento, ele falou que eu não podia aceitar, porque podia disputar eleição no Espírito Santo. Aí o Valdemar [Costa Neto, líder do PR] conversou com o presidente do meu partido, fez imposições para eu aceitar e eu não aceitei”.

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