Diante da repercussão negativa de uma postagem no Twitter em que culpava o governo chinês pela pandemia do novo coronavírus, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) divulgou, nesta quinta-feira, 19, uma nota na qual afirma que jamais ofendeu o povo chinês e que possui imunidade parlamentar para “estimular o debate” sobre determinados assuntos.
“Jamais ofendi o povo chinês, tal interpretação é totalmente descabida. Esclareço que compartilhei postagem que critica a atuação do governo chinês na prevenção da pandemia, principalmente no compartilhamento de informações que teriam sido úteis na prevenção em escala mundial. Estimular o debate é função do parlamentar brasileiro, tendo por isso a prerrogativa da imunidade parlamentar (art. 53, CF) como garantia constitucional para que deputados possam exercer tal direito. Assim, mesmo vivendo numa democracia com ampla liberdade de imprensa e expressão, não identifiquei qualquer desconstrução dos meus argumentos por parte do embaixador chinês no Brasil”, diz um trecho da nota.
Na quarta-feira 18, Eduardo Bolsonaro acusou o governo chinês de preferir esconder a doença a se expor ao desgaste, e sugeriu que uma ação contrária poderia ter salvo muitas vidas. “Mais uma vez uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste, mas que salvaria inúmeras vidas. A culpa é da China e liberdade seria a solução”, diz a publicação.
O tuíte de Eduardo ganhou repercussão após o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, repudiar a declaração do deputado federal e cobrar um pedido de desculpas ao povo chinês. O perfil oficial da embaixada chinesa, por sua vez, disse que, ao voltar dos Estados Unidos, o filho do presidente Jair Bolsonaro contraiu um “vírus mental” que estaria “infectando a amizade” entre os povos.
Na nota divulgada nesta quinta-feira, Eduardo Bolsonaro afirmou que não deseja “problemas com a China e certamente, o país asiático também não busca conflitos com o Brasil”. “Não creio que um tweet isolado de um parlamentar levantando questionamentos sobre a conduta de um governo estrangeiro tenha condão para tanto, visto que a discussão de pautas globais é prática normal na comunidade internacional, servindo para aperfeiçoamento de políticas de governo ao redor de todo o mundo”.
“Manifesto ainda no sentido de lhes dar boas vindas ao nosso país e explicitar minha estima pela contribuição da comunidade chinesa no desenvolvimento do Brasil, terra famosa pelo seu povo acolhedor”, conclui.