Janja critica estado da Praça dos Três Poderes, epicentro do ‘golpismo’
Primeira-dama manda recado ao Governo do DF após Lula falar em pacto de Bolsonaro, Ibaneis, PM e Exército nos atos golpistas
A primeira-dama Janja da Silva caminhou nesta sexta-feira até a Praça dos Três Poderes em Brasília, para fazer uma espécie de vistoria. A praça, onde ficam as sedes do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional, foi o epicentro do 8 de Janeiro, quando manifestantes invadiram e depredaram os prédios destas instituições.
Janja reclamou da conservação do local, que é responsabilidade do Governo do Distrito Federal. De acordo com a primeira-dama, ela procurou a ministra da Gestão, Esther Dweck, para reclamar do estado de conservação da praça. A ministra, segundo a primeira-dama, levou a reclamação para o Governo do DF, que deu início às obras. “Vamos recuperar a praça. Acho que a Praça dos Três Poderes é o símbolo da democracia”, disse Janja.
Após a caminhada na Praça dos Três Poderes, Janja comentou os atos golpistas. “O 8 de Janeiro não é uma data para ninguém comemorar. É uma data para a gente lembrar sempre que a democracia é realmente o que vale a pena defender”, disse a primeira-dama. A restauração da Praça dos Três Poderes depende dos pareceres do Iphan, pois o local faz parte do patrimônio mundial e não pode sofrer intervenções arquitetônicas e nem reformas sem estudos.
Ida de Janja à Praça vem após Lula falar em pacto de golpismo entre Bolsonaro, governador, PM e Exército
A visita de Janja à Praça dos Três Poderes é mais uma forma de pressão que o governo Lula exerce sobre o governo de Ibaneis Rocha, do MDB. Esta semana, Lula deu entrevista a O Globo e afirmou ter havido um pacto entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, Ibaneis, a PM do DF e a Polícia do Exército durante os ataques golpistas em Brasília no dia 12 de dezembro, quando ele foi diplomado no TSE.
Lula disse textualmente: “Tinha havido aquela atuação canalha que envolveu inclusive gente de Brasília, quando tacaram fogo em ônibus no dia em que fui diplomado. Eu estava no hotel assistindo a eles queimando ônibus, carros, e a polícia acompanhando sem fazer nada. Havia na verdade um pacto entre o ex-presidente da República (Jair Bolsonaro), o governador de Brasília (Ibaneis Rocha) e a polícia, tanto a do Exército quanto a do DF (Distrito Federal). Isso havia, inclusive com policiais federais participando. Ou seja, aquilo não poderia acontecer se o Estado não quisesse que acontecesse”.