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‘Janot perdeu credibilidade para denunciar Temer’, diz advogado

Antonio Claudio Mariz de Oliveira entrará com um pedido no STF, nesta terça-feira, para ter acesso ao áudio que pode anular a delação da JBS

Por Edoardo Ghirotto Atualizado em 4 set 2017, 21h05 - Publicado em 4 set 2017, 19h52

O advogado do presidente Michel Temer (PMDB), Antonio Claudio Mariz de Oliveira, afirmou que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, perdeu a credibilidade para apresentar uma nova denúncia contra o peemedebista. Mariz de Oliveira declarou que encaminhará nesta terça-feira um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso ao conteúdo do áudio que pode anular a delação dos executivos da JBS.

“Seria de muito boa cautela, até para manter incólume a imagem do Ministério Público, que o procurador-geral da República passasse essa fase de transição e deixasse para que a nova chefia da procuradoria decidisse, se deveria ou não, oferecer uma nova denúncia. O atual procurador perdeu credibilidade para denunciar o presidente. Ele terá que ter agora a cautela que não apresentou na primeira vez”, afirmou o advogado.

Janot afirmou que uma eventual anulação da colaboração premiada não prejudicaria as provas coletadas até o momento pelo Ministério Público Federal. Segundo o procurador-geral da República, a medida só afetaria os delatores, que perderiam os benefícios adquiridos no acordo.

Para Mariz de Oliveira, a manifestação de Janot corrobora a tese apresentada pela defesa diante da primeira denúncia contra Temer, por corrupção passiva. “Nós já prevíamos a existência de vícios nessa delação. Apontei que havia irregularidades que estavam maculando essa delação. Agora o procurador, diante de evidência que eu ainda não sei quais são, está corroborando e confirmando o que já suspeitávamos.”

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Diante dos novos indícios, Mariz de Oliveira criticou a atuação de Janot e do ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF, durante o andamento da primeira denúncia contra Temer. “O procurador-geral foi açodado quando ofereceu denúncia contra o presidente, assim como o ministro Fachin agiu de forma precipitada. Ambos deveriam ter investigado melhor o conteúdo e a circunstância em que foram prestadas as declarações que serviram de base para a primeira denúncia.”

É uma conversa entre Joesley Batista, um dos donos da JBS, e Ricardo Saud, diretor da empresa, que poderá anular o acordo com a PGR. O diálogo entre os dois ocorreu exatamente dez dias após Joesley ter gravado uma reunião entre ele e Temer, no Palácio do Jaburu. 

Janot declarou que o áudio possui indícios “gravíssimos” de que membros da PGR e integrantes do Supremo Tribunal Federal podem ter cometido atos ilícitos. Entre os citados está o ex-procurador Marcelo Miller, que atuou diretamente no gabinete da PGR, antes de pedir demissão e passar a trabalhar em um escritório de advocacia que prestou serviços para a JBS.

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