João Santana e Mônica Moura alegam dificuldades financeiras
Declaração foi feita pelos advogados do casal de marqueteiros em pedido ao juiz Sergio Moro para liberar os bens confiscados na Operação Lava Jato
A defesa do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura enviou ao juiz federal Sergio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, um pedido para que sejam liberados os bens bloqueados na operação. O documento, assinado pelos advogados Beno Brandão, Alessi Brandão e Juliano Campelo Prestes, alega que o casal passa por dificuldades financeiras.
Santana e Mônica foram responsáveis pelas campanhas que elegeram os petistas Luiz Inácio Lula da Silva (2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014) à Presidência. No processo movido contra o casal, Moro determinou o confisco de quase 22 milhões de reais de uma conta na Suíça. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), os marqueteiros receberam verbas ilícitas ao organizarem campanhas políticas no Brasil e no exterior.
“Ocorre que os colaboradores estão passando por dificuldades financeiras decorrentes do bloqueio dos valores, bem como, pelo fato de não poderem trabalhar e auferir renda para seus gastos pessoais e de suas famílias, sendo, então, de vital importância a restituição dos valores remanescentes, inclusive, para pagamento dos honorários advocatícios”, disseram os advogados.
A defesa disse que Santana e Mônica estão realizando “esforços hercúleos” para acelerar a repatriação dos recursos confiscados na Suíça e não podem ser punidos pela demora das autoridades em concluir o processo. E conclui o documento pedindo a liberação de “todo o valor remanescente” que foi bloqueado.
Os marqueteiros foram presos na 23ª fase da Lava Jato, batizada de Acarajé, mas acabaram soltos em agosto do ano passado, após o pagamento de fiança de 30,7 milhões de reais. O casal fechou um acordo de delação premiada, cujos detalhes foram tornados públicos em maio. Entre outras revelações, eles afirmaram que Lula e Dilma sabiam dos pagamentos via caixa dois para despesas de campanha.