A juíza Cynthia Maria Sabino Bezerra Camurri, da 8ª Vara Criminal de capital paulista, determinou nova prisão preventiva do empresário Marco Aurélio Garcia, irmão do vice-governador do Estado, Rodrigo Garcia (DEM), acusado de lavagem de dinheiro e já condenado por esse delito, em segunda instância, em uma investigação que apurou sua ligação com a Máfia do Imposto Sobre Serviço (ISS), um grupo de fiscais que sonegava recursos da Prefeitura de São Paulo.
É a terceira vez que Garcia tem um mandado de prisão expedido contra ele. Nas outras duas, ele ficou foragido, diante da impossibilidade de policiais do Estado o prenderem, o Ministério Público Estadual (MPE) acionou a Interpol para tentar localizá-lo.
Os pedidos de prisão anteriores ocorreram após a condenação em segunda instância do empresário, em novembro do ano passado. O primeiro foi suspenso sob o argumento de que o processo ainda não estava julgado (havia a análise de embargos de declaração). O segundo foi derrubado por um habeas corpus expedido no último dia 14, pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Sebastião Reis Júnior, com Garcia já considerado foragido e procurado, segundo o MPE, pela Interpol.
A fuga de Garcia é o embasamento para o pedido da prisão preventiva. Ao decidir pela prisão, a juíza disse que o empresário vinha tentando fornecer outros endereços à Justiça. “O acusado forneceu, até mesmo, o endereço do escritório de advocacia de um advogado que o defendera em tempos passados. Quando os policiais estiveram no local, a fim de darem cumprimento ao mandado de prisão, o advogado, Dr. Jorge Haddad, afirmou desconhecer a razão pela qual o réu indicou tal endereço como sendo seu.”
“Dessa forma, o acusado deixa evidente que pretende se furtar à ação da Justiça, o que pode causar entrave à marcha processual e frustrar a aplicação da lei penal, em caso de futura e eventual condenação”, continua a magistrada.
A preventiva se dá no âmbito de outra investigação de crimes praticados por Garcia em associação com Ronilson Bezerra Rodrigues, apontado como chefe da Máfia do ISS, que teria causado um rombo de R$ 500 milhões, em valores de 2013, aos cofres da Prefeitura.
Garcia é defendido pelo criminalista Luiz Flávio D’Urso. A reportagem tentou contato com o advogado, mas não obteve retorno.