Nos bastidores do PDT já se fala que o político do partido com maior trânsito no governo Lula é o senador Weverton Rocha (PDT-MA), recém eleito segundo secretário da nova Mesa Diretora do Senado. Em tese, esse posto deveria ser ocupado por Carlos Lupi, ministro da Previdência e presidente licenciado do partido. Mas não é isso o que se vê na prática.
Weverton tem demonstrado ter mais prestígio junto ao governo do que Carlos Lupi. O antigo Ministério do Trabalho e Previdência tem 55 cargos de livre nomeação do ministro — os famosos cargos de confiança. À revelia de Lupi, Weverton tem indicado seus aliados para os postos mais importantes. Na última semana, o senador emplacou seu ex-chefe de gabinete na função de secretário Geral de Previdência Social.
Pelas mãos do senador também foi nomeado o novo dirigente do Departamento de Radiodifusão Privada, no Ministério das Comunicações. Além disso, Weverton trabalha pela nomeação de um aliado de seu estado para fazer parte da nova direção dos Correios e já teria a garantia de algumas diretorias do INSS em sua cota de participação no governo. A disputa por cargos tem provocado rusgas entre os dirigentes pedetistas.
Há quinze dias, Lupi nomeou Paulo Roberto dos Santos Pinto para a Secretária de Regime Próprio e Complementar. Em 2013, o indicado atuou como secretário-executivo do Ministério do Trabalho e foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investigava o desvio de recursos públicos — o que foi interpretado internamente como uma absoluta inabilidade do ministro. Outra crítica foi a escolha de nomes que ocuparam postos no governo Bolsonaro, como André Rodrigues Veras, que foi secretário de Previdência, e Guilherme Serrano, que presidiu o INSS.
Atribui-se a desenvoltura de Weverton Rocha no poder à sua proximidade com o ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Os dois foram companheiros no PDT na juventude. Hoje no União Brasil, Alcolumbre é considerado peça-chave na estratégia do governo Lula para conseguir maioria no Congresso.