O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negou nesta segunda-feira (5) que vá desistir de aprovar a reforma da Previdência. “Não há da minha parte nenhum posicionamento para tirar da pauta”, afirmou, em nota, o parlamentar do DEM.
O deputado reagiu a uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo, que trouxe informações de aliados de Maia, segundo os quais ele havia decidido não votar mais o projeto após declarações recentes do presidente Michel Temer (MDB). De acordo com o cronograma atual, a reforma deverá ser discutida no próximo dia 19 e votada em 20 de fevereiro.
No posicionamento enviado à imprensa, o presidente da Câmara cravou a segunda data como momento em que a situação será reavaliada. Rodrigo Maia teria ficado incomodado com o fato de Temer ter dito que “fez sua parte” pela Previdência, jogando toda a responsabilidade – e a cobrança do mercado – para cima do Congresso.
Para atestar que ainda está engajado com o projeto, ele citou “uma reunião com governadores para discutir a Previdência e outros temas”. Maia também disse que “esta semana, com a chegada dos deputados, vamos ouvir um a um para ver, de fato, quando votos temos”.
Nos bastidores, segundo a Folha, o presidente da Câmara já estaria articulando formas de pacificar o mercado depois da desistência de reformas no sistema de aposentadorias. A agenda para os próximos meses incluiria a reoneração da folha de pagamento e a privatização da Eletrobras.
Fato é que planilhas mais recentes de votação mostraram que o governo conta apenas com cerca de 237 votos para aprovar a mudança na Previdência. Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), são necessários votos de 308 dos 513 deputados para que o texto avance ao Senado.