Integrante da base aliada do presidente Michel Temer (PMDB), o PSDB viu a maioria de seus membros votarem nesta quarta-feira pela aceitação da segunda denúncia contra o presidente apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Foram 23 deputados contra o relatório do tucano Bonifácio de Andrada (MG) e outros 21 votando com o governo. Em agosto, 22 ficaram ao lado de Temer e outros 21 votaram com a oposição.
Ao todo, Temer perdeu doze votos entre as duas votações, concentradas em cinco partidos da base aliada: PSDB, DEM, PSD, PTB e o próprio PMDB. O resultado final reforçou a sensação de distanciamento entre o partido e o governo. O desfecho foi interpretado como uma derrota do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que era considerado o principal responsável pela manutenção da aliança ente o seu partido e o de Temer.
No DEM, legenda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ) o apoio ao presidente caiu de 23 para 20 deputados entre as duas votações. O deputado Abel Mesquita (RR) que havia votado contra a primeira denúncia em agosto, desta vez ficou a favor do prosseguimento da acusação.
Temer também perdeu votos no PSD, do ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia). O líder da bancada, deputado Marcos Montes (MG) havia adiantado ao Planalto sobre o crescimento no número de descontentes no partido. Os deputados Heuler Cruvinel (GO), Delegado Éder Mauro (PA), Jaime Martins (MG) e João Paulo Kleinubing (SC) mudaram os votos e retiraram o apoio ao presidente.
No PMDB, partido de Temer, a quantidade de votos favoráveis ao governo foi menor, mas isso aconteceu porque a bancada do partido na Câmara diminuiu. O PR, o PSC e o PRB, no entanto, entregaram mais votos ao peemedebista. Correligionários do ministro da Indústria, Marcos Pereira (PRB), os deputados Carlos Gomes (RS), César Halum (TO) e Ronaldo Martins (CE) votaram contra o governo em agosto e, agora, ajudaram a enterrar a segunda denúncia.