Marqueteiro do Ministério da Saúde, Markinhos Show deixará o posto
Ele afirma que recebeu um convite para trabalhar no exterior e que avisou Eduardo Pazuello sobre plano de ficar até março
Responsável pela comunicação do Ministério de Saúde desde o final do ano passado, Marcos Arnoud, conhecido como Markinhos Show, já está de saída da pasta.
“Ainda não há uma data certa, mas creio que até o final de março eu bato minha continência e sigo meu rumo. Já falei com o ministro (Eduardo Pazuello)”, resumiu o marqueteiro.
Ex-secretário de Comunicação de Roraima, onde conheceu Pazuello, Markinhos se apresenta como especialista em marketing, neurociência, escrita persuasiva, hipnose, desenvolvimento humano e master coach.
Agora, os novos desafios vão além da atuação doméstica, segundo ele. Markinhos diz que recebeu uma proposta para trabalhar no exterior. Não revela, porém, quem teria feito o convite nem qual função desempenharia, mas adianta que pode atuar em campanhas eleitorais no ano que vem.
O marqueteiro afirma ainda que, desde o início, planejava uma passagem curta pelo ministério. “Nunca pensei em assumir isso aqui. Vim a convite de um amigo. Realizei um trabalho do final do ano até agora, um período em que eu pretendia descansar”, acrescenta.
Internamente, ele já vinha falando em entregar o boné há pelo menos dez dias. Nessas conversas, queixava-se do tratamento dispendido pela imprensa a ele. Recentemente, irritado com a o resultado final de uma entrevista que concedera, ele veiculou na internet dados pessoais do jornalista responsável pela publicação. “Na imprensa há muito detratores. Mas faz parte do show”, opina, lançando mão da palavra que virou nome de guerra.
Embora tenha sido nomeado apenas em janeiro, Markinhos Show vinha auxiliando Pazuello desde o início de dezembro. Se deixar a pasta quando planeja, serão quatro meses de trabalho — impecáveis, na avaliação dele.
Nesse período, tentou implementar um tom mais combativo aos pronunciamentos de Pazuello e defendeu que o ministro concedesse mais entrevistas. Também foi dele a autoria da nota oficial em que a pasta desancou a Pfizer, um dos laboratórios com quem o governo negociou a compra de vacinas.
“De zero a 10, dou 10 para o meu trabalho. Claro, pô”, disse. “Mas é assim: as árvores, as estrelas, até a vida, tudo tem um fim”.