O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou nesta terça-feira que o pedido de demissão do ex-ministro das Cidades Bruno Araújo “precipita” a reforma ministerial no governo do presidente Michel Temer (PMDB) e que o peemedebista deve alterar os ocupantes de dezessete dos 28 ministérios.
“A saída do ministro da Cidades precipita a discussão da reforma ministerial, tendo em vista que há ministério vago. Temer está avaliando e discutindo como vai fazer. Será uma reforma ampla, 17 ministérios vagos no prazo que o presidente determinar. Ele quem vai definir o ritmo”, publicou Jucá em sua conta no Twitter.
No início da noite de ontem, o presidente anunciou o início das tratativas para a reforma ministerial que, conforme comunicado do Palácio do Planalto, “estará concluída até meados de dezembro”.
Temer vinha sendo pressionado pelo chamado “Centrão”, que inclui partidos como PP, PSD, PR, PRB e PTB, a mexer na configuração do primeiro escalão do governo. Os líderes do grupo condicionam à reforma ministerial a aprovação de medidas econômicas propostas pelo Planalto, sobretudo a reforma da Previdência em tramitação na Câmara, principal trunfo do legado reformista que Temer pretende deixar.
O principal pleito do “Centrão” era pela saída dos ministros do PSDB, que, até a saída de Araújo, ocupavam quatro pastas. Apesar do espaço na Esplanada dos Ministérios, os tucanos não apoiaram maciçamente o presidente nas votações das denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele na Câmara. Na votação da segunda acusação da PGR, pelos crimes de organização criminosa e obstrução à Justiça, a maioria dos deputados do PSDB votou contra Temer.
O Ministério das Cidades, do qual Bruno Araújo se demitiu ontem, tem um orçamento de cerca de 20 bilhões de reais em 2017 e é cobiçado por políticos por seu potencial eleitoral. Entre as atribuições da pasta está a administração dos recursos do programa Minha Casa, Minha Vida. Ainda nesta segunda-feira, Michel Temer se reuniu com o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, uma das legendas que podem vir a ocupar o ministério.
Além de Araújo, os outros tucanos na gestão Temer são Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Luislinda Valois (Direitos Humanos).