Moreira Franco, ex-ministro de Temer, é preso
O emedebista foi alvo de mandado de prisão preventiva emitido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
O ex-ministro Moreira Franco foi preso na manhã desta quinta-feira. Ele foi alvo de mandado de prisão preventiva emitido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Moreira Franco foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência e de Minas e Energia no governo Temer. O emedebista também foi ministro no governo Dilma Rousseff, nas secretarias de Aviação Civil e Assuntos Estratégicos.
Franco também foi governador do Rio de janeiro entre 1987 e 1991, além de ter tido três mandatos como deputado federal. Moreira Franco é casado com Clara Maria de Vasconcelos Torres Moreira Franco, sogra do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Segundo a GloboNews, o ex-ministro foi preso na saída do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. A Polícia Federal tem mandados de busca e apreensão a cumprir em endereços residenciais ligados a ele.
Mais cedo, o ex-presidente Michel Temer também havia sido preso. Ao todo, a PF cumpre oito mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 24 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Distrito Federal.
A Operação Descontaminação, como foi chamada pela Polícia Federal, decorre do elementos colhidos nas operações Radioatividade, Pripyat e Irmandade, deflagradas a partir de colaboração firmada pela PF.
Desde dezembro de 2015, o juiz Marcelo Bretas é responsável pelo processo decorrente da Operação Radioatividade, que investiga um esquema de corrupção na Eletronuclear envolvendo as obras da usina de Angra 3.
O caso havia saído das mãos do então juiz Sergio Moro, no fim de outubro daquele ano, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki determinar que o processo da Eletronuclear fosse separado do que investiga o esquema de corrupção na Petrobras.
MDB diz que não há irregularidade
O MDB, partido dos dois políticos, lamentou as prisões. “O MDB lamenta a postura açodada da Justiça à revelia do andamento de um inquérito em que foi demonstrado que não há irregularidade por parte do ex-presidente da República, Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco. O MDB espera que a Justiça restabeleça as liberdades individuais, a presunção de inocência, o direito ao contraditório e o direito de defesa”, diz o texto.
Prisão causa ‘estranheza’, diz defesa
O advogado de Moreira Franco, Antônio Pitombo, divulgou nota em que afirma que a prisão de seu cliente causa “estranheza”. A alegação da defesa é de que Franco tinha endereço conhecido pelas autoridades e que, quando instado a se manifestar, o fez. O texto também critica a competência do juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, para decidir sobre o caso.
“A defesa de Wellington Moreira Franco vem manifestar inconformidade com o decreto de prisão cautelar. Afinal, ele encontra-se em lugar sabido, manifestou estar à disposição nas investigações em curso, prestou depoimentos e se defendeu por escrito quando necessário. Causa estranheza o decreto de prisão vir de juiz de direito cuja competência não se encontra ainda firmada, em procedimento desconhecido até aqui”, declarou o advogado.