Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Moro intima PF a esclarecer algemas nas mãos e pés de Cabral

Juiz observa que orientação do STF é evitar o procedimento quando não há risco de fuga; magistrada do Rio que autorizou transferência também pede explicação

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 17h26 - Publicado em 22 jan 2018, 15h56
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Sergio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, ficará preso no Complexo Medico Penal de Pinhais na região metropolitana de Curitiba. Cabral é réu em 20 ações penais ligadas à Lava Jato, já foi condenado em quatro processos (Rodolfo Buhrer/Agência O Globo)

    O juiz federal Sergio Moro intimou a Polícia Federal a explicar as razões pelas quais utilizou algemas nas mãos e nos pés do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) durante a sua transferência do Rio de Janeiro para Curitiba na sexta-feira, 19. Em despacho na tarde desta segunda-feira, o magistrado citou a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe o uso do equipamento nos casos em que não há risco para o agente policial ou de fuga. A juíza Caroline Figueiredo, da 7ª Vara Federal do Rio, também enviou ofício à PF nsta segunda questionando o procedimento, conforme revelou a coluna Radar.

    “Assim, intime-se a autoridade policial para, em contato com a escolta, esclarecer o ocorrido e os motivos da utilização das algemas nas mãos e pés do condenado em questão naquele episódio. Recomenda-se ainda que a escolta seja novamente orientada, o que provavelmente já ocorreu por iniciativa própria da autoridade policial, à observância da súmula vinculante 11, evitando-se o uso conjunto de algemas em pés e mãos salvo casos de maior necessidade”, escreveu Moro.

    Em nota na última sexta-feira, a PF afirmou que o procedimento seguiu o “protocolo de segurança” e que não há “nenhum reparo a ser feito” no trabalho dos agentes que executaram a transferência. O órgão também ressaltou que Cabral “não é um suspeito, é um preso já sentenciado”. Condenado em três processos da Lava Jato, o ex-governador já acumula penas de 87 anos de prisão.

    No despacho, o magistrado responsável pela Operação Lava Jato no Paraná reforçou sua posição habitual, de que o uso de algema fica a critério da autoridade policial responsável por executar os procedimentos, mas ressaltou que a decisão dos policiais não é o padrão adotado na investigação. “Em conduções anteriores de presos no âmbito da Operação Lava Jato, inclusive de Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho, vinha a Polícia Federal evitando o uso de algemas em pés e mãos. Não raramente presos foram conduzidos até mesmo sem algemas.”

    Continua após a publicidade

    Leia na íntegra o despacho do juiz federal Sergio Moro.

    Logo depois da transferência, a defesa do ex-governador se disse “estarrecida” com “tamanho espetáculo e crueldade”. Segundo relato de agentes, Cabral teria se limitado a dizer aos agentes que “nunca foi tão maltratado” e ouvido que o uso de algemas e transporte através de camburão era o procedimento padrão para presos já condenados.

    O ex-governador está em processo de triagem pelos próximos quinze dias, no Complexo Médico-Penal (CMP), de Pinhais (PR). Nesse período, ele ficará sozinho em uma sala, sem direito a visitas ou a banho de sol. Ele também não poderá ver televisão ou escutar rádio.

    A transferência do ex-governador para Curitiba foi determinada na quinta-feira pela juíza Caroline Figueiredo, substituta do titular Marcelo Bretas. A magistrada aceitou a argumentação do Ministério Público Federal (MPF) de que o ex-governador obteve diversas regalias na Cadeia Pública de Benfica, no Rio, em virtude da sua influência política.

    No ofício enviado nesta sexta-feira ao delegado responsável pela força-tarefa da Lava Jato no Rio, ela pede explicações “acerca das condições em que ocorreu a transferência do preso (…) em especial em relação à utilização de algemas e correntes, a fim de que este Juízo possa avaliar a configuração de possíveis excessos ou irregularidades durante o procedimento”.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    2 meses por 8,00
    (equivalente a 4,00/mês)

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.