‘Mostrar o Brasil como ele é’: a TV internacional que Lula pediu à EBC
Empresa pública cria grupo de trabalho para estudar a possibilidade de criar uma versão mundial da TV Brasil
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) planeja lançar um canal de televisão com conteúdo para o exterior. O presidente da emissora, Hélio Doyle, determinou a criação de um grupo de trabalho para discutir o projeto, após um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No dia 1º de agosto, durante sua live semanal, Lula tornou público seu desejo de ter uma TV internacional. “É para mostrar a cara do Brasil lá fora. Não é para mostrar debate político, para mostrar governo, Congresso. É para mostrar simplesmente o Brasil como ele é, despido, para as pessoas saberem o que significam os Lençóis Maranhenses, o Delta do Parnaíba”, disse. O grupo foi criado no dia seguinte.
Segundo Doyle, a ideia seria recriar a TV Brasil Internacional, que foi inaugurada em 2010 e extinta anos depois. “Eu formei o grupo com várias áreas da empresa para estudar essa volta, porque isso implica financiamento, tecnologia, operações e programação adequada para o canal internacional. Esse grupo tem 30 dias para apresentar suas conclusões, mas dificilmente aconteceria esse ano, até porque nós não temos orçamento para isso”, afirmou.
“Vamos ver o que o grupo diz, se a gente tem condições efetivas de retomar a TV Brasil Internacional no ano que vem. O Lula deixou claro o que ele quer, não é pra dar notícia de governo nem de Congresso, é para mostrar o Brasil, os pontos turísticos, a culinária, a música”, acrescenta Doyle.
Reportagem de VEJA na edição desta semana mostra que o governo Lula vem promovendo reformulações na estrutura da EBC. O passo mais significativo foi dado com o lançamento do Canal Gov, que entrou no ar em 25 de julho e consolidou o plano de separar a comunicação pública da comunicação de governo. O projeto é inspirado na antiga TV NBR, criada em 1998 para divulgar ações do Executivo e extinta por Bolsonaro. O canal funciona na TV aberta, a cabo e no YouTube, tem 176 funcionários e um contrato de 40 milhões de reais anuais com a Secretaria de Comunicação Social (Secom), comandada pelo ministro Paulo Pimenta, principal ideólogo da mudança.