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Mourão relata brincadeira de Bolsonaro: ‘Tu quer me matar?’

Presidente reagiu a uma mensagem na qual o seu vice contava que iria a um churrasco com os amigos

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 12 fev 2019, 15h49 - Publicado em 12 fev 2019, 11h54

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, buscou afastar as notícias de que haveria um mal-estar entre ele e Jair Bolsonaro relatando uma brincadeira do presidente em um conversa que os dois tiveram.

Bolsonaro reagiu a uma mensagem na qual Mourão contava que iria a um churrasco com amigos no Rio de Janeiro, enquanto o presidente passaria o dia no Hospital Albert Einstein, onde está internado há duas semanas.

“No sábado, eu estava lá no Rio de Janeiro, né, e aí ele tinha me mandado uma mensagem. Eu respondi para ele, dizendo que estava indo para um churrasco da minha turma de Academia. Ele me ligou, trinta segundos depois, dizendo: ‘Tu quer me matar?’. E eu: ‘Ué, por quê?’. Aí ele: ‘Pô, eu nesse hospital e tu em churrasco, pô?”, relatou o vice.

Mourão disse que Bolsonaro está “praticamente quase bom, em condições de voltar”, mas ainda sem data para deixar o hospital. A equipe médica do Albert Einstein deu aval para que o presidente tenha alta nesta quarta-feira, 13. A data de saída vai depender do Palácio do Planalto.

Duas semanas após uma cirurgia de retirada da bolsa de colostomia, o presidente Bolsonaro começou a se alimentar com uma dieta leve nesta segunda-feira, 11, segundo o Planalto. De manhã, ele recebeu creme de frutas e chá. No almoço, comeu caldo de abobrinha com carne e biscoito. Para a janta, o presidente deve comer purê de batata com carne moída.

A evolução na alimentação é uma das condições para alta hospitalar. Anteriormente, ele recebia apenas alimentação cremosa e água. Na noite de domingo 10, o presidente jantou creme de abobrinha com carne e batata batidos.

Reunião

Diante da ausência de Bolsonaro, a reunião desta semana do conselho de governo, que ocorre todas às terças-feiras no Planalto, foi cancelada. Além do presidente, o grupo é formado pelo vice e pelos ministros. Sem Bolsonaro, Mourão foi responsável por comandar os dois últimos encontros, porém seu nome enfrenta resistência de integrantes do governo.

“Não, não tem reunião amanhã. O presidente já está para voltar, vamos fazer semana que vem para debater melhor os assuntos”, disse Mourão ao deixar o Planalto. Ele afirmou que não sabe qual será o tema do próximo encontro.

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Na semana passada, a reunião ministerial com Mourão terminou apenas com um balanço geral, sem decisões relevantes. O objetivo era debater o plano de cortar 21 mil cargos, comissões e funções gratificadas. A proposta, que integra o pacote de metas para os primeiros cem dias do governo, ainda não avançou.

Depois de assumir a presidência por apenas 48 horas após a cirurgia de Bolsonaro, em janeiro, Mourão está isolado na vice-presidência e não tem participado das decisões do governo. Além de desagradar os filhos do presidente Bolsonaro, os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, também foram contrários a uma eventual interinidade do general por mais tempo. O sentimento é compartilhado até mesmo por militares.

(Com Estadão Conteúdo)

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