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MTST chega ao Bandeirantes e se reúne com secretários de Alckmin

Integrantes do movimento caminharam 10 horas entre ocupação em São Bernardo e a sede do governo paulista. Eles querem desapropriação de terreno

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 20h33 - Publicado em 31 out 2017, 18h51

Depois de cerca de dez horas, integrantes de uma invasão do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) a um terreno de São Bernardo do Campo (SP) chegaram ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo. Os militantes do MTST iniciaram a marcha por volta das 7h da manhã desta terça-feira e chegaram ao palácio por volta das 16h30. Eles percorreram cerca de 23 quilômetros. Segundo o movimento, 20.000 pessoas participam do protesto.

Diante da sede do governo paulista, o líder dos sem-teto, Guilherme Boulos, negociou a entrada de dez pessoas no Bandeirantes, entre integrantes do movimento e deputados estaduais do PT, para dialogar com secretários do governo Geraldo Alckmin (PSDB).

Os deputados Carlos Gianazzi e Carlos Neder, ambos petistas, participam da conversa, que começou por volta das 17h30. Eles foram recebidos por Samuel Moreira (Casa Civil) e Rodrigo Garcia (Habitação). Até a publicação desta reportagem, a reunião ainda não havia terminado.

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O grupo pretende pressionar a gestão do tucano a desapropriar o terreno de 72.000 metros quadrados ocupado pelo MTST desde o início de setembro, em São Bernardo. O espaço pertence a uma construtora e, de acordo com o movimento, está desocupado há 40 anos. Batizado de Ocupação Povo Sem Medo, o assentamento tem por volta de 7.000 barracos, conforme o MTST.

No início de outubro, o Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou o entendimento de um juiz de primeira instância da cidade e determinou a reintegração de posse do terreno, que ainda não aconteceu. Conforme a decisão do TJ-SP, a desocupação seria feita após uma reunião entre o integrantes do MTST e o Grupo de Apoio às Ordens Judiciais de Reintegração de Posse (Gaorp), “a fim de se buscar uma forma menos conflituosa para a reintegração”.

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Show de Caetano cancelado

A marcha dos sem-teto até o Palácio dos Bandeirantes se deu no dia seguinte à decisão da juíza Ida Inês Del Cid, da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Bernardo do Campo, que vetou um show do cantor e compositor Caetano Veloso na invasão do MTST. O protesto desta terça-feira estava previsto antes do impedimento à apresentação.

Além de Caetano Veloso, participaram do ato na noite de ontem artistas como as atrizes Sonia Braga, Leticia Sabatella e Alline Moraes, os cantores Emicida e Criolo e a produtora Paula Lavigne, mulher de Caetano. O vereador paulistano Eduardo Suplicy (PT) e o deputado estadual do Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSOL) também foram à ocupação.

Caetano Veloso declarou a jornalistas que essa foi a primeira vez em que ele se viu proibido de cantar desde o fim da ditadura, em 1985, e classificou a decisão judicial como “manobra legal”. “Pode ser um modo de reprimir alguma ação que seria legítima, em princípio. Mas eles apresentam também justificativas por causa de segurança, porque como o lugar não foi vistoriado. Mas não é em um lugar interno, tem espaço, seria possível. Eu acho que há má vontade deles”, criticou Caetano.

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