Presidente nacional do PSDB, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse na tarde desta quinta-feira que não se sente “sabotado” por Fernando Henrique Cardoso pelo fato de o ex-presidente elogiar e se encontrar com o apresentador Luciano Huck, apontado como possível candidato à Presidência da República neste ano.
“Vivemos momentos na política de incivilidade. Política é arte, ciência ao encontro do bem comum. Não é guerra, não é mata-mata. Luciano Huck é uma excelente liderança, jovem, amigo do presidente Fernando Henrique já há alguns anos e inclusive já me ajudou, fez campanha comigo na Zona Leste quando eu fui candidato a prefeito de São Paulo em 2000. Então, gestos de estímulo são muito positivos. Eu também estimulo as novas gerações, as novas lideranças que participem da vida pública”, afirmou Alckmin a jornalistas no Palácio dos Bandeirantes, quando perguntado se FHC está ou não ao seu lado.
“Se (Huck) vai ser candidato cabe a ele definir. O presidente Fernando Henrique é um estadista. Aliás, devo a ele a escolha para ser presidente do PSDB”, completou.
O governador paulista explicou que usou o termo “incivilidade” porque, atualmente, não se pode elogiar alguém na política que se imagina que se está lançando candidato. “Não me sinto sabotado por ele (pelo fato de FHC se encontrar e elogiar o apresentador). Estivemos juntos sábado retrasado. Ele fez questão de vir aqui tomar um café comigo”, contou o tucano.
Prévias
Geraldo Alckmin anunciou nesta quinta que a escolha do candidato tucano à Presidência ocorrerá no dia 11 de março, e não no dia 4, como programado anteriormente. Além dele, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, também pleiteia a indicação do partido.
Sobre a sua sucessão no governo estadual, Alckmin voltou a dizer que o PSDB deve fazer prévia para escolha do candidato, mas não defendeu que a legenda tenha, de fato, um candidato, nem citou o prefeito da capital, João Doria, aventado como possível candidato tucano ao Palácio dos Bandeirantes.
“Eu não ouvi do prefeito João Doria, que está fazendo um bom trabalho, nenhuma palavra nesse sentido de ser candidato ou não”. De acordo com Geraldo Alckmin, os postulantes ao cargo devem se apresentar e participar do debate, a respeito da data de escolha. “Pode ser em março, pode ser em abril”, respondeu.
No caso de Doria, ele tem até o dia 7 de abril para renunciar ao cargo de prefeito, exigência para participar de nova disputa eleitoral. Se a prévia não ocorrer até lá, ele arriscaria perder seu posto sem a garantia de que disputaria o governo.