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Não sou ladrão nem pombo correio, diz Lula sobre tornozeleira eletrônica

Petista e entorno tentam reduzir expectativa sobre semiaberto. Ordem é não falar sobre as estratégias da defesa do ex-presidente, preso desde abril de 2018

Por Da Redação
Atualizado em 6 jun 2019, 08h07 - Publicado em 5 jun 2019, 22h06

Em nova entrevista concedida na sede da Polícia Federal em Curitiba, nesta quarta-feira (5), o ex-presidente Lula pediu para a militância do PT não alimentar expectativa sobre a soltura dele. Disse também não aceitar deixar a sede da superintendência paranaense com tornozeleira eletrônica. “Tornozeleira é para bandido ou pombo.”

Em dois pareceres encaminhados ao STJ no dia 29 de maio, o Ministério Público Federal afirma que Lula já pode progredir para o regime semiaberto –quando o condenado sai da prisão para trabalhar durante o dia e retorna à noite.

O entendimento do MPF é de que o tempo que o petista já cumpriu em Curitiba (1 ano, 1 mês e 28 dias completados nesta quarta) deve ser descontado da pena de 8 anos, 10 meses e 20 dias imposta pelo STJ em abril. Com isso, a punição cairia para menos de oito anos de prisão, pena mínima para que o condenado seja enviado ao regime semiaberto.

Caso o STJ acolha os argumentos da defesa e do MPF e decida que Lula tem direito a migrar para o semiaberto, o petista ainda precisa pagar a multa de R$ 2,4 milhões e conseguir um emprego que justifique as saídas diárias.

A ordem é não falar sobre estratégias em curso para pagar a multa de 2,4 milhões de reais aplicada pelo Superior Tribunal de Justiça nem sobre o local onde Lula poderia trabalhar caso seja transferido para o regime semiaberto.

Advogados e pessoas próximas ao ex-presidente temem que a divulgação dessas informações sirva de munição para adversários tentarem dificultar a saída do petista, preso em Curitiba desde o dia 7 de abril do ano passado depois de ser condenado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva no caso do tríplex do Guarujá.

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Nesta quarta, em entrevista as blogs “Tutameia” e “Diário do Centro do Mundo”, o próprio Lula tratou de baixar as expectativas em relação ao parecer do MPF.

“Eu não sei (se vou sair). Deixa eu contar uma coisa para vocês. Eu não gosto de alimentar expectativa. Não tem nada pior para um preso do que expectativa frustrada. Quando você está livre, você marca o encontro com uma namorada ou namorado, e ele não comparece, você fica fulo da vida, vai num bar, toma uma cachaça ou um uísque e você fica normal. Mas, quando você está preso e tem uma expectativa e ela não acontece…”, avaliou o ex-presidente.

Segundo o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, uma possibilidade é o ex-presidente trabalhar no próprio Instituto, onde dava expediente desde que deixou a Presidência da República até a véspera da prisão. “É uma possibilidade, mas quem vai decidir isso é a juíza de execução. De qualquer forma, acho que não é difícil conseguir um emprego para o Lula”, disse Okamotto.

De acordo com ele, ainda não há discussão sobre como fazer para arrecadar os 2,4 milhões de reais da multa, que é objeto de recursos por parte da defesa de Lula. “A empresa (OAS) já fez acordo de leniência e pegou os prejuízos à Petrobras. O apartamento já foi leiloado. Vão cobrar pela terceira vez?”, questionou Okamotto.

Casamento

Se não alimenta expectativa de deixar a prisão, já sabe o que fazer quando isso ocorrer: vai se casar.

A namorada é a socióloga Rosângela Silva, de 52 anos, por quem ele usa aliança de compromisso na mão direita.

Há 16 anos na Itaipu Binacional, após o anúncio do namoro com o petista, foi pelo atual governo transferida semana passada da capital paranaense para Foz do Iguaçu, a 630 km de Curitiba.

Lula também falou sobre o pacto entre os poderes da República, anunciado por Bolsonaro. Sem citar o nome, criticou o presidente do STF, Dias Toffoli. “Quando você faz uma reunião e aparece o presidente da Suprema Corte e a informação que a gente recebe é pacto é por conta das reformas, não é crível, não é crível, como falariam alguns amigos porque, se alguém da sociedade brasileira quiser entrar com um recurso contra a reforma, vai entrar na Suprema Corte. E como é que pode? Um cara que é presidente vai se sentir impedido ou não? Ele vai poder votar ou não? Então, as pessoas precisam se preservar.”

(Com Estadão Conteúdo)

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