“Não tenho medo”, diz ministro Carlos Lupi sobre Abin
Oficial de inteligência especialista em lavagem de dinheiro e terrorismo cuida desde abril da área internacional do Ministério da Previdência
Desde abril, um especialista em lavagem de dinheiro e terrorismo da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tem atuado como assessor internacional do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT). A nomeação foi feita pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, a quem a agência agora está subordinada. Até o governo passado, a Abin era ligada ao Gabinete Institucional da Presidência (GSI).
Pelas regras, a Abin existe para coletar informações estratégicas que auxiliem o presidente da República a tomar decisões de interesse do Estado. Ninguém consegue explicar ao certo qual é exatamente a contribuição que alguém com tais habilidades pode oferecer para o bom funcionamento do sistema de aposentadoria.
Lupi diz estar tranquilo quanto à presença de um homem da Abin em sua pasta. “Meu irmão, pra mim tudo tem que ter transparência, eu não tenho medo dessas coisas não”, disse o ministro a VEJA. “O pessoal aqui conhecia ele e me indicou ele, não tem nada a ver com Abin não, é porque ele já tem uma experiência nessa área”, afirmou.
O Ministério da Previdência é considerado no Palácio do Planalto uma pasta sensível. Lupi teve de deixar seu cargo de ministro do Trabalho em 2011, no governo Dilma Rousseff, após ser acusado de envolvimento em um caso de corrupção, que envolvia extorsões em cursos de capacitação. A nomeação de Lupi como ministro é uma forma de o governo Lula acomodar partidos aliados.