Desde o primeiro dia após o fim do primeiro turno das eleições, a equipe do presidente Jair Bolsonaro começou a colocar em ação a estratégia de investir em Minas Gerais e no Nordeste para conquistar votos preciosos no segundo turno.
Como a coluna mostrou, Bolsonaro tem esperança de virar o jogo contra Lula em Minas Gerais, estado onde perdeu para o petista, e de reduzir a distância entre ele e seu adversário entre os eleitores do Nordeste. A ideia é virar o resultado do primeiro turno com base nesse plano eleitoral.
Pois bem.
Apesar do empenho da equipe do presidente, a nova rodada Ipec mostra que nenhuma das duas estratégias está dando certo. Nem o apoio explícito do governador Romeu Zema nem as tentativas de se aproximar dos nordestinos parecem ter virado votos suficientes até o momento.
Segundo o levantamento, Bolsonaro tem agora 26% das intenções de voto no Nordeste, exatamente a mesma porcentagem que tinha na semana passada.
Em relação ao Sudeste, onde fica Minas Gerais, a notícia é ainda pior: o presidente caiu um ponto percentual e saiu de 45% para 44% dos votos. Em contrapartida, Lula cresceu um ponto nas duas regiões: foi de 69% para 70% no Nordeste e de 47% para 48% no Sudeste.
O presidente também perdeu ponto na região Norte/Centro-Oeste, onde oscilou de 53% para 52%. Por lá, Lula também caiu, de 43% para 42% dos votos. No Sul, uma boa notícia para Bolsonaro: ele cresceu de 54% para 56% dos votos. Lula manteve os 37% que já tinha.
Ao que tudo indica, a virada em Minas e a conquista de votos no Nordeste não será tão simples quanto a equipe do presidente acreditou que seria, mesmo com novas medidas e a força da engrenagem da máquina pública nas mãos.
ERROS
Vale ressaltar – e esta coluna fará isso até o dia 30 – que os institutos de pesquisa erraram as projeções que fizeram para o primeiro turno em relação ao resultado eleitoral de Bolsonaro.
Na segunda etapa da disputa, com apenas dois candidatos, é mais fácil medir o humor do eleitor. Ainda assim, é importante dizer que não houve explicação suficiente para os erros cometidos pelas pesquisas.
Bolsonaro diz que não acredita nos institutos, mas trata-se de retórica populista. Ele sabe que elas sinalizam e muito o voto do eleitorado, tanto que acertaram na mosca o número de votos do ex-presidente Lula.