Moro: ‘Nunca fiz da permanência do Coaf uma questão pessoal’
Nas redes sociais, ministro da Justiça cita parlamentares que o apoiaram em comissão e lembra que mudança ainda será discutida em plenário
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou na noite desta quinta-feira, 9, que não considera “uma questão pessoal” a permanência ou não do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) na estrutura da pasta que comanda. Pela manhã, uma comissão mista, formada por deputados e senadores, aprovou a volta do Coaf para a pasta da Economia, do ministro Paulo Guedes.
“Sobre o Coaf, nunca fiz a permanência dele no MJSP uma questão pessoal. Defendi a medida para fortalecer o combate à corrupção, à lavagem de dinheiro, ao crime organizado e ao financiamento ao terrorismo”, escreveu. Moro afirmou que “qualquer decisão será respeitada”, mas lembrou que a questão ainda vai a voto no plenário e que o Conselho “fará mais” se permanecer na Justiça.
O ministro citou, em agradecimento, os parlamentares que atuaram em favor da sua tese. Moro teve o apoio dos senadores Simone Tebet (MDB-MS), Antonio Anastasia (PSDB-MG), Rose de Freitas (Podemos-ES), Selma Arruda (PSL-MT), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Otto Alencar (PSD-BA) e Fernando Bezerra (MDB-PE) e os deputados Daniel Coelho (Cidadania-PE), Diego Garcia (Podemos-PR) e Filipe Barros (PSL-PR). Outros catorze votaram contra o ministro.
A votação aconteceu em meio às discussões sobre a medida provisória que fez a reestruturação administrativa do governo Bolsonaro, com a redução e a fusão de ministérios. Além da devolução do Coaf à Economia, os parlamentares ainda derrotaram o governo com a transferência da Funai e da demarcação, hoje nos ministérios dos Direitos Humanos e da Agricultura, respectivamente, para a Justiça.
Apesar das derrotas, o governo pressiona – precisa votar o tema nos plenários da Câmara e do Senado até o começo de junho. A intenção era ter feito a primeira votação já na nesta quinta-feira, mas o tema foi retirado de pauta pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Caso essa etapa não ocorra, a medida provisória perderá a validade, anulando a reorganização feita em janeiro. Entre outras consequências, haveria a dissolução do Ministério da Economia, criado a partir da fusão de quatro pastas (Fazenda, Planejamento, Indústria e Trabalho).