Do que Bolsonaro me chama é como ele próprio se vê, diz Witzel
Governador do Rio foi chamado de "estrume" por Bolsonaro durante reunião ministerial divulgada hoje pelo STF
A cordialidade e a troca de gentilezas entre o presidente Jair Bolsonaro e os governadores verificada no encontro ocorrido na quinta-feira 21 durou pouco. No vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, divulgado nesta sexta-feira, dia 22, pelo Supremo Tribunal Federal, foram revelados os impropérios distribuídos pelo presidente aos governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), – chamado de “bosta” – e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), chamado de “estrume” por, segundo ele, estarem “aproveitando o vírus”.
Em sua conta no Twitter, Witzel, declarou que “do que ele [Bolsonaro] me chama é essencialmente como ele próprio se vê”.“A falta de respeito de Bolsonaro pelos poderes atinge a honra de todos. Sinto na pele seu desapreço pela independência dos poderes”.
Doria, por sua vez, reagiu aos xingamentos, escrevendo que o Brasil está “atônito com o nível da reunião ministerial”. “Palavrões, ofensas e ataques a governadores, prefeitos, parlamentares e ministros do Supremo, demonstram descaso com a democracia, desprezo pela nação e agressões à institucionalidade da Presidência da República”, acrescentou o tucano.
O trecho em que Bolsonaro fala sobre os dois governadores é o seguinte: “O que os caras querem é nossa hemorroida, nossa liberdade. Isso é uma verdade. O que esses caras fizeram com o vírus, esse bosta desse governador de São Paulo, esse estrume do Rio de Janeiro, dentre outros, é exatamente isso, aproveitaram o vírus. O bosta do prefeito de Manaus, [Arthur Virgilio (PSDB)], está agora abrindo covas coletivas”.
O tom é bem diferente do adotado pelos dois políticos no encontro por videoconferência ocorrido na quinta-feira, dia 21. Na ocasião, Doria chegou a pedir “união” e “paz” no combate à pandemia a Bolsonaro, que respondeu lhe parabenizando pelas palavras.
O governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), também comentou sobre o encontro do dia 22 de abril, classificando-o como um “repertório inacreditável de crimes, quebras de decoro e infrações administrativas”. “Além de uma imensa desmoralização e perda de legitimidade desse tipo de gente no comando da nossa Nação”, completou.