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Quem venceu o debate entre Lula e Bolsonaro

Entenda

Por Matheus Leitão
Atualizado em 17 out 2022, 16h53 - Publicado em 16 out 2022, 22h57
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  • Brazilian President and presidential candidate Jair Bolsonaro (R) speaks next to Brazilian former president (2003-2010) and presidential candidate for the leftist Workers Party (PT), Luiz Inacio Lula da Silva (L), during a televised presidential debate in Sao Paulo, Brazil, on October 16, 2022. - President Jair Bolsonaro and former President Luiz Inácio Lula da Silva face each other this Sunday night in the first face-to-face debate, in which they will try to take advantage 14 days before the second round of the presidential elections in Brazil. (Photo by NELSON ALMEIDA / AFP)
    Os presidenciáveis Lula e Bolsonaro no debate da Band - (Nelson Almeida/AFP)

    Em um debate presidencial em que Lula e Bolsonaro discutem mais pandemia do que corrupção no primeiro bloco, quando o eleitor está mais atento ao que está sendo dito, um lado saiu ganhando. E eu não preciso nem dizer que lado é este.

    Ficou claro ali – se formos levar o debate para o mundo do boxe – que o petista acertou mais jabs no líder da extrema-direita, enquanto o presidente não conseguiu nem se defender, muito menos encaixar golpes.

    9 minutos.

    Foi o tanto que o atual presidente ficou nas cordas discutindo pandemia no primeiro bloco.

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    Neste momento chave do debate, o petista levou o confronto para a Covid-19 e a falta de vacina, tema em que não tem como o atual mandatário sair ganhando. Lula ainda fez boas frases como essa: quem entende de bandido é o próprio Bolsonaro, que morou perto de um com muitas armas. “Quem tem relação com miliciano e com o crime organizado ele sabe que não sou eu e sabe quem tem”, disse o líder do PT.

    É quase uma nova denúncia para as eleições de 2022: o “Bolsotráfico”!

    Outro ponto importante é o que Bolsonaro, neste momento, nem olhava para a câmera. Era uma imagem que transmitia nervosismo, enquanto Lula tinha mais jogo de cintura. Aliás, sempre teve.

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    Bolsonaro ainda confundiu Complexo do Alemão com Salgueiro. E tentou atrair nordestinos para o programa, que é outro terreno quase perdido para ele, que, como a coluna mostrou, tem um plano para tentar diminuir a diferença na região, mas que, até aqui, vai se mostrando inviável.

    SEGUNDO ROUND

    Em contrapartida, Bolsonaro conseguiu, no segundo bloco, não só manter o controle diante das perguntas dos jornalistas – incluindo a de Vera Magalhães, a quem ele tinha maltratado no primeiro turno e a cumprimentou com um “satisfação em revê-la” – mas conseguiu tentar mudar o foco negativo sobre quem mais é beneficiado por fakenews no Brasil, com uma decisão recente de Alexandre de Moraes.

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    Não que essa seja uma discussão fácil.

    Bolsonaro criou e cresceu na era das fakenews, foi mais punido nesta campanha por distribuir notícias falsas, mas talvez isso ainda não esteja claro na cabeça do eleitor. É só pensar que uma parte dos brasileiros de fato acreditam nas mentiras de Jair Bolsonaro, como a de que há ameaça comunista que ronda o Brasil.

    Aliás, o presidente continua a mentir, mentiu no debate – e isso tem um efeito eleitoral -, mas que por enquanto vai sendo contido pelo PT. E por Lula, que olhou nos olhos do atual presidente e disse, no meio do debate: você é “Rei das Fakenews”.

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    Veja que até no bloco em que Lula não quis discutir o petrolão – após pergunta do jornalista Josias de Souza -, o petista conseguiu empatar a disputa chamando Bolsonaro de “cara de pau”. Mais do que isso, fazendo uma brincadeira bem treinada – olhando para Bolsonaro, e dizendo: “pode falar, você tinha orgulho de ser deputado no governo do Lula”.

    Enquanto o petista fugia dos assuntos espinhosos, como a cola sobre o dinheiro devolvido pelo escândalo na Petrobras dada a Bolsonaro por seu novo-velho papagaio de pirata, Sérgio Moro, o petista falava de picanha e cerveja na mesa do brasileiros aos domingos. Lula também usava o tema para tentar falar de emprego, e dizer que a Lava Jato aumentou a crise econômica.

    Mas, nesse caso, Lula deixou Bolsonaro falando 7 minutos sozinho.

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    7 minutos.

    Perdeu uma parte do bloco por má administração do tempo. E o líder da extrema-direita perdeu tempo falando de coisas que não impactam a maioria. Ou seja, Lula perdeu minutos preciosos e Bolsonaro perdeu o discurso.

    Já o atual presidente tentava negar o inegável – a desumanidade com que tratou as vítimas da Covid-19 – dizendo que “se comoveu com cada morte no Brasil”. Essa nem mesmo o bolsonarista raiz consegue acreditar.

    Ao fim do debate – talvez com o melhor formato neste ano de 2022 – via-se que não havia mais o que Bolsonaro dissesse, nem mesmo ir para a pauta ideológica. “Lula, o seu Paulo Freire não deu certo”, afirmou quando o assunto era educação.

    Foi o jeito que o atual presidente encontrou de gerar um pouco de comentário positivo nas redes: falando apenas para a própria bolha. Era tarde demais.

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