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“Onde tiver obra para inaugurar, Lula fará uma visita”, contam aliados do presidente

Planalto traçou estratégia para se aproximar de estados governados por adversários políticos do presidente

Por Ricardo Chapola e Marcela Mattos
25 ago 2024, 14h31
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  • Desde que foi eleito para seu terceiro mandato, Lula pôs em prática uma estratégia para tentar se aproximar de governadores não aliados. O plano do presidente prevê inaugurar o máximo de obras possível em todos esses Estados –roteiro que já incluiu Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul.

    Aliados do presidente ouvidos por VEJA contam que a definição dessas visitas se dá a partir de um cronograma de obras listado pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA).

    “O tamanho da obra não é levado em consideração. O que é levado em conta é a oportunidade de inaugurar a obra. Onde tiver obra para inaugurar, o presidente vai marcar presença”, diz André Ceciliano, que foi secretário especial de assuntos federativos do governo Lula até junho deste ano.

    Desgastes de imagem

    No início do mês, o presidente foi a Santa Catarina pela primeira vez desde que tomou posse em janeiro do ano passado. O Estado, comandado pelo governador Jorginho Mello (PL), aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro. Lá, Lula inaugurou uma obra viária em Florianópolis e aproveitou para alfinetar o governador, que decidiu não comparecer à cerimônia.

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    Ao discursar, o presidente disse que gosta “de trabalhar, e não de motociata” e que Mello seria tratado com respeito se estivesse no evento. “Lamentavelmente, tem gente que pensa pequeno, tem gente que age pequeno e não enxerga a necessidade do povo brasileiro”, afirmou Lula.

    O governador rebateu a indireta. Afirmou que “não precisa de palanque nem de faixa” para inaugurar “uma obra privada que estava atrasada havia 12 anos”. Em outra dessas solenidades, realizada em Mato Grosso, o governador Mauro Mendes compareceu, mas foi vaiado por uma claque petista que acompanhava a cerimônia de entrega de casas.

    De acordo com Sidônio Palmeira, marqueteiro e conselheiro de Lula, os governadores assumem os desgastes e os danos de imagem ao não comparecerem às solenidades. “Se tem uma obra que seja do interesse do povo daquele estado e o governador simplesmente não aparece por motivos políticos, o efeito negativo para a imagem desse governador é maior, não só pela indelicadeza da atitude, mas porque deixou de ir em algo importante por um motivo meramente ideológico”.

    Na lista de futuras incursões do presidente está Goiás, governado por Ronaldo Caiado (União Brasil), possível adversário do PT nas eleições presidenciais de 2026.

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