Oposição se articula para impedir recriação do imposto sindical
Deputado estima que proposta que conta com a apoio do governo vai transferir 16 bilhões de reais do bolso do trabalhador para os cofres dos sindicatos
Parlamentares da oposição estão se articulando no Congresso para derrubar a proposta de criação do novo imposto sindical, que está sendo proposta pelas centrais sindicais com o apoio do governo Lula. Durante a campanha eleitoral, o presidente havia prometido uma nova fórmula para sustentar financeiramente os sindicatos. A proposta em andamento triplica o antigo imposto sindical, extinto no governo Temer e que recolhia compulsoriamente um dia de trabalho de cada brasileiro com carteira assinada. Agora, as centrais querem não só o retorno da cobrança como ainda sua ampliação do desconto para 3,5 dias por ano.
Voltar a encher os cofres dos sindicatos, porém, não será uma tarefa fácil para o governo. O presidente da Câmara, Arthur Lira, já se manifestou contra a proposta. “No Congresso isso não passa. Está alterando a reforma trabalhista. O imposto sindical foi extinto na reforma trabalhista”, disse Lira. Vários parlamentares também partiram para o ataque contra o governo, antes mesmo da proposta ser enviada ao Congresso.
Vice-líder da oposição na Câmara, o deputado Maurício Marcon (Podemos-RS) calcula que a nova proposta em discussão dentro no governo Lula, se aprovada, vai criar uma receita de 16 bilhões de reais por ano para os sindicatos. Os cálculos de Marcon são feitos com base nos números do IBGE, de trabalhadores com carteira assinada e na renda média mensal do brasileiro.
Quando o imposto sindical foi extinto em 2017, os sindicatos faturavam 3,6 bilhões de reais por ano. O deputado Paulo Fernando (Republicanos-DF), partido que está se aquecendo para entrar no governo, afirma que dificilmente um novo imposto sindical será aprovado. A extinção, segundo ele, foi uma vitória do trabalhador. “Faremos de tudo para que essa jamais seja aprovada”, disse.