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Os piores momentos da sessão da CPI das Fake News que ouviu Joice

Com troca de ofensas entre deputados, racha na bancada do PSL se acentuou

Por Giovanna Romano Atualizado em 5 dez 2019, 14h40 - Publicado em 5 dez 2019, 12h40
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  • Desde a sua convocação para depor, a presença da deputada federal e ex-líder do governo Joice Hasselmann (PSL-SP) na CPI das Fake News foi cercada de expectativas. Recém-rompida com o Planalto na briga que culminou com a saída de Jair Bolsonaro do PSL, ela prometia detalhar o funcionamento de um suposto mecanismo de distribuição de notícias falsas a partir do núcleo próximo ao presidente da República.

    A deputados e senadores, Joice disse existir um esquema de “organização criminosa” articulado na internet a favor de Bolsonaro desde o início da sua campanha. “Há, infelizmente, dinheiro público por trás dos ataques virtuais [da direita]”, afirmou a parlamentar durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das fake news, nesta quarta-feira, 4.

    Ela também afirmou que o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) tentou montar uma “Abin paralela” no governo. Joice referia-se à Agência Brasileira de Inteligência, órgão de Estado que tem a função de monitorar e investigar possíveis ameaças à segurança nacional. Segundo Joice, a tentativa de Carlos de montar uma espécie de serviço secreto paralelo provocou uma crise entre o filho Zero Dois do presidente da República e membros do Palácio do Planalto, que discordaram da proposta, entre eles, o ex-ministro Gustavo Bebianno, que coordenou a campanha de Bolsonaro e foi demitido logo no início do mandato.

    A sessão também aprofundou e expôs o racha que existe na bancada do PSL, entre deputados que devem seguir Bolsonaro em seu novo partido, o Aliança pelo Brasil, e aqueles que se mantém fieis a Luciano Bivar, presidente da legenda. Antigas aliadas, Joice e Carla Zambelli trocaram ofensas. O deputado Alexandre Frota levou um bolo para “comemorar” o aniversário da revelação do caso Queiroz – referência a Fabricio Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual no Rio – e foi atacado por usar uma prótese peniana.

    Veja os piores momentos da sessão da CPI das Fake News:

    Decoro em xeque

    A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) ficou preocupada após chamar a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) de Peppa – em referência ao desenho infantil Peppa Pig, insulto que é usado com frequência nas redes sociais a Joice. O fotógrafo Lula Marques flagrou o momento em que Carla mandou uma mensagem, perguntando se chama-lá assim é “quebra de decoro” parlamentar.

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    “Prostituta” e “burra”

    Joice chamou Carla Zambelli de mentirosa e mencionou uma conversa que afirmou ter tido com o presidente Bolsonaro para atacar a antiga aliada: “Quem me perguntou se você tinha sido prostituta na Espanha foi o presidente. Ele me perguntou. Pergunte a ele o que eu disse”. Em outro momento, ao ouvir a colega duvidar de sua capacidade como “puxadora de votos” para o PSL na última eleição, Joice disparou: “Você não conhece a lei. Você é burra, Carla, desculpa”.

    Bolo de aniversário

    Também ex-aliado de Bolsonaro, Alexandre Frota levou um bolo de aniversário para ironizar o caso Queiroz, suspeito de operar um esquema de “rachadinha” com os salários de funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia do Rio. Frota acendeu uma vela para “comemorar” o primeiro ano do escândalo. O senador Humberto Costa (PT-PE) filmou o momento e publicou no Twitter. “Parece que é de laranja”, afirmou.

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    Protese peniana

    Usando seu tempo de líder do PSDB na comissão, Alexandre Frota afirmou que o deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ) disse que “sentou em seu colo”. “Olha, eu não sabia que tinha ido ali, não”, brincou Frota. Jordy retrucou a provocação afirmando que Frota tem um prótese peniana. Frota fez uma cirurgia no órgão sexual após um problema na uretra.

    Desabafo

    O deputado federal Nereu Crispim (PSL-RS) também denunciou as difamações que sofre pela internet por pessoas do próprio partido. “Eu sofro calúnia, difamação. A minha esposa é chamada de prostituta. Eu sou chamado de corno todos os dias”, relatou. Ele criticou a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) pelas postagens contra o parlamentar pelas redes. Crispim contou que, por causa das ameaças, os seus filhos têm que passar por psicólogos e a sua filha deixou a faculdade. “A senhora tem um filho que mora no exterior. Os meus moram no Brasil e estão acompanhando tudo”, completou.

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