Em quatro anos de existência, a Lava Jato escancarou um esquema de corrupção de pelo menos 42 bilhões de reais que quase quebrou a Petrobras e engolfou boa parte da classe política brasileira. Mas nem todas as transações suspeitas que envolvem a estatal passaram pela lupa da operação. A que fez desaguar 150 milhões de reais nos cofres da empreiteira Schahin é uma delas. Reportagem de VEJA desta semana mostra que o pagamento – realizado no final de 2013 e início de 2014, a título de aditivos de uma obra que havia sido concluída quase três anos antes –, contrariou a recomendação de duas comissões técnicas da estatal e jamais foi investigado pela Lava Jato.
O projeto em questão é o gasoduto que vai de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, a Taubaté, no Vale do Paraíba, conhecido como Gastau, e que escoa o gás natural produzido em campos de petróleo da Bacia de Santos. Inaugurada em abril de 2011, a obra deveria ter custado 223 milhões de reais, de acordo com o contrato original, mas acabou saindo por 534 milhões de reais.
Durante a construção, a Schahin apresentou quase vinte pedidos de aditivos. Parte deles foi aceita pelos técnicos da companhia – estes somaram 111 milhões de reais. Outra parte, os que se referem ao pagamento dos 150 milhões de reais, foi rejeitada, não uma, mas duas vezes por comissões formadas por diferentes técnicos. Mas uma canetada dos diretores – comandados pela então presidente da estatal, Graça Foster, e incluindo os responsáveis pela obra, José Antônio de Figueiredo, diretor de Engenharia, e Alcides Santoro, de Gás e Energia – colocou a Petrobras na arbitragem, que acabou decidindo em favor da Schahin.
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