Paes marca convenção, mas manterá até agosto mistério sobre vice
Prefeito do Rio será lançado no sábado candidato à reeleição; anúncio do companheiro de chapa, no entanto, só deve ocorrer perto do prazo limite de registro
A convenção do PSD que marcará o lançamento oficial da candidatura de Eduardo Paes, que tentará a reeleição à prefeitura do Rio, será na manhã do próximo sábado, primeiro dia do calendário eleitoral para a realização desse tipo de ato. Mas o grande mistério sobre quem será seu vice (se alguém do seu partido ou um nome da aliança, como do PT) deve permanecer até agosto. O prazo para registro das candidaturas termina no dia 15 do próximo mês, e interlocutores do prefeito afirmam que ele irá protelar ao máximo a divulgação do seu companheiro de chapa.
No entanto, entre petistas, a chance de uma dobradinha com Paes já é vista como remota. Hoje, a opção número 1 do prefeito para a vaga é o deputado federal Pedro Paulo (PSD), seu amigo e braço direito na política há quase três décadas. Mas outra figura do PSD tem despontado: Eduardo Cavaliere, ex-secretário da Casa Civil. O posto de vice de Paes virou alvo de disputa diante da possibilidade de o prefeito se candidatar a governador em 2026. Caso ele vença a eleição deste ano — Paes aparece com 53% das intenções de voto na última pesquisa Datafolha — e entre na corrida pelo Palácio Guanabara, caberá ao vice o comando da prefeitura por dois anos.
“Na minha opinião, não há chance de o vice ser do PT, apesar de eu achar esse um movimento ruim. O partido hoje tem 25% da simpatia do eleitorado da cidade”, diz a vereadora Tainá de Paula, ex-secretária municipal de Meio Ambiente e Clima, que dentro do PT era um dos nomes cotados para compor com Paes. “Esse é um movimento que não dialoga com a conjuntura atual da aprovação petista na cidade. Diferentemente do que era visto no começo do ano, quando a leitura da chapa pura se consolidou. Mas quem tem 53% decide no final do dia”, completa ela.
Na última segunda, Paes se reuniu com líderes dos partidos de esquerda da sua aliança, incluindo a presidente nacional do PT, Gleise Hoffmann, e o ministro da Previdência, Carlos Lupi, do PDT. No encontro, as legendas reafirmaram o compromisso com a reeleição do prefeito, mesmo que não indiquem o vice. Paes conta com o apoio do presidente Lula, o que vinha sendo motivo de pressão. No PT, além de Tainá, são pré-candidatos a vice André Ceciliano, ex-presidente da Alerj, e Adilson Pires, ex-secretário municipal de Assistência Social. No PDT, foi lançado o nome da deputada estadual Martha Rocha.