Palocci nunca foi meu interlocutor com Odebrecht, diz Lula a Moro
Ex-presidente também afirmou que não participou de reunião entre Emilio Odebrecht e Dilma no final do mandato, como consta de agenda de Marcelo Odebrecht
Por Da Redação
13 set 2017, 22h44
Em depoimento ao juiz Sergio Moro, em Curitiba, nesta quarta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que jamais credenciou o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci como interlocutor entre ele e a Odebrecht. “O Palocci não era da direção do PT , o Palocci não era tesoureiro de campanha, portanto, o Palocci não cuidava de dinheiro. Se alguém se apresentava para algum empresário utilizando meu nome, são outros quinhentos. É outra ação que vocês vão ter de mover contra quem se aproveitou do meu nome. Mas nunca foi dada autorização ao Palocci, a quem quer que seja, pra negociar recurso com qualquer empresário nesse país.”
Lula também afirmou ao Ministério Público Federal durante o depoimento que não participou de reunião com Emilio Odebrecht e a presidente Dilma Roussef (PT) em 30 de dezembro de 2010, penúltimo dia de seu mandato. A citação da reunião consta de uma agenda apresentada por Marcelo Odebrecht aos procuradores. Lula afirmou que essa agenda não existe. A defesa de Lula contestou as perguntas feitas pelos magistrados baseadas nessa agenda, pois sua autenticidade foi questionada pelos advogados. Moro disse que não era o momento de discutir a autenticidade do documento.
O ex-presidente disse que conversou com Emilio Odebrecht no dia 30 de dezembro. “Eu tinha ido à Bahia inaugurar 1 milhão de contratos do Minha Casa Minha Vida e o Emilio Odebrecht me pediu o seguinte: ‘Presidente, eu tô em Brasília, eu tô passando o comando da empresa para o Marcelo Odebrecht e eu tava querendo ver se a presidente Dilma nos recebia. Eu falei com a Dilma… Não durou 10 minutos essa conversa. Até porque a Dilma estava em fase de preparação, de escolha de ministério,preparação da tomada de posse, que era dia 1º de janeiro. E portanto a Dilma não tinha tempo de fazer agenda”, afirmou Lula.
O processo a que Lula responde apura supostas propinas pagas pela Odebrecht por meio da compra de um apartamento vizinho ao dele em São Bernardo do Campo (SP) e de um imóvel que abrigaria o Instituto Lula, em São Paulo.
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